“O Governo que, em tempo de campanha, prometeu controlar a imigração é o mesmo que agora vai permitir a entrada de um número absurdo de imigrantes que o país não tem capacidade para suportar! Digam-me lá se isto não é pura hipocrisia!”, escreveu esta segunda-feira (9 de junho) no X o líder do Chega. André Ventura baseou-se numa notícia do jornal do partido, o “Folha Nacional”, onde se lê o seguinte: “‘Podem entrar mais de 500.000 estrangeiros em Portugal nos próximos meses’, admite Governo de Montenegro.”
A peça publicada também no dia 9 alerta para o facto de “o Governo de Luís Montenegro alertou para a possibilidade de entrada de mais de 500.000 estrangeiros em Portugal nos próximos meses, devido ao reagrupamento familiar de imigrantes com processos de regularização pendentes. Segundo estimativas da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), cerca de 250.000 imigrantes estão em vias de regularização através das chamadas manifestações de interesse, enquanto outros 210.000 possuem vistos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e, por isso, terão direito ao reagrupamento familiar”.
No entanto, é absolutamente falso que o Executivo de Luís Montenegro tenha admitido que podem entrar “mais de 500 mil estrangeiros” em Portugal. Os cálculos são, na verdade, do “Correio da Manhã” e foram publicados numa notícia de 4 de junho. Segundo esta peça, “há 250 mil imigrantes em vias de regularização através das manifestações de interesse e 210 mil com visto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que terão direito a ao reagrupamento familiar. A estes somam-se os 50 mil processo pendentes de pessoas que já estavam em Portugal e descontavam, mas não tinham apresentado a manifestação de interesse quando esse mecanismo terminou há precisamente um ano. No total, são mais de meio milhão de pessoas”.
António Leitão Amaro, ministro da Presidência, à margem de um debate do ciclo de conferências “Lisboa – Uma Cidade para todos”, disse que o reagrupamento familiar “implica a entrada de mais pessoas” e que, por isso, “precisamos de moderação também na solução”.
“Nós temos muito para fazer nas regras, na regulação e no controlo”, admitiu o ministro, que disse ainda que “há uma razão de integração para o reagrupamento familiar”, já que esta “dá mais estabilidade às pessoas”.
Leitão Amaro nunca falou em 500 mil pessoas e a verdade é que a proposta do Executivo visa, segundo o mesmo, uma “alteração à lei para limitar o reagrupamento familiar à capacidade de integração do País”.
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Avaliação do Polígrafo: