“Boa. Estou de Brasil de preto, porque estou solidário [com] as pessoas que estão pegando dengue. Só gostaria de saber porque o Governo sabendo que já existe vacina contra a dengue, não compra as vacinas para a população. Aí depois o outro [é] que era genocida”, acusa-se numa publicação de 1 de abril no Threads, em referência ao surto de dengue que assola o Brasil desde o início de 2024.
Nos primeiros três meses do ano já foram detetados mais de 2,3 milhões de casos prováveis de dengue no país liderado por Lula da Silva, um número que já supera (em mais de 600 mil) o total de diagnósticos da mesma doença registados em todo o ano de 2023, resultando em 682 mortes confirmadas (além de outras 1.042 mortes sob investigação).
Aliás, os dados indicam que é a pior crise sanitária relacionada com a dengue desde o início desta série estatística do Ministério da Saúde do Brasil, em 2000.
É verdade que o Governo de Lula da Silva “não compra as vacinas” contra a dengue “para a população”?
Não. De facto, o Brasil é mesmo o primeiro país do mundo que integrou a vacina contra a dengue no sistema público de saúde, a partir de dezembro de 2023, depois de ter sido aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).
Na página da Presidência da República do Brasil informa-se que “a partir da aprovação pela Conitec para incorporação da nova tecnologia, o Ministério da Saúde adquiriu todas as vacinas contra a dengue que foram disponibilizadas pelo fabricante, visando iniciar a vacinação o quanto antes”. Ressalva porém que a quantidade de doses da vacina “está limitada à capacidade operacional e logística do fabricante”.
Tendo em conta essa limitação, o Ministério da Saúde do Brasil estima que cerca de 3,2 milhões de pessoas serão vacinadas contra a dengue em 2024. E para o próximo ano já contratualizou a aquisição de 9 milhões de vacinas.
Entretanto, no dia 28 de março, o Ministério da Saúde divulgou a lista completa dos 154 municípios que serão contemplados com doses da vacina contra a dengue em abril.
Segundo noticiou a Agência Brasil, “o imunizante é destinado a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, público-alvo do Governo Federal, pois concentra a maior proporção de internação pela doença. O esquema vacinal é composto por duas doses que devem ser aplicadas com intervalo de três meses entre elas”.
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