“Cerimónia de entrega do Brasil à China. Desgoverno [de Lula da Silva] assina dezenas de acordos com a China, entre eles o do monopólio do café. Produtores só poderão vender para a China”, destaca-se numa publicação de 21 de novembro no Facebook, remetida ao Polígrafo com pedidos de verificação de factos.
Em causa está a visita oficial do Presidente da República da China, Xi Jinping, a Brasília, no dia 20 de novembro, ocasião em que foram assinados 37 novos acordos bilaterais entre o Brasil e a China.
Ora, a lista completa desses documentos está disponível na página do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Por entre acordos de cooperação nas áreas de agricultura, cultura e tecnologia, além de protocolos para a exportação de produtos agrícolas brasileiros como uvas, gergelim e derivados de peixe, o facto é que não há qualquer referência um pretenso acordo sobre o café brasileiro.
Fora do âmbito da mais recente visita de Xi Jinping ao Brasil, há porém registo de um acordo firmado entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e a rede de cafetarias chinesa Luckin Coffee – divulgado pelo Governo Federal do Brasil no dia 19 de novembro.
“Segundo o texto, o acordo firmado prevê que a empresa chinesa comprará 240 mil toneladas de café do Brasil entre 2025 e 2029 a um valor estimado de 2,5 mil milhões de dólares norte-americanos. É informado, também, que a parceria entre a ApexBrasil e a Luckin Coffee teve início ainda em 2023, resultando num acordo anterior, firmado em junho de 2024, que previa a compra de 120 mil toneladas do grão brasileiro pela empresa chinesa”, apurou a AFP Checamos.
Mesmo nesse acordo anterior não se estabelece qualquer tipo de “monopólio” da China na exportação do café de produtores brasileiros.
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Avaliação do Polígrafo: