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Governador do Banco de Portugal aufere salário mensal de cerca de 17 mil euros?

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Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Em publicação no Facebook, Paulo Morais, ex-candidato à Presidência da República e atual presidente da associação Frente Cívica, alega que Mário Centeno "quer ser governador do Banco de Portugal, um lugar deprestigiado, cuja reputação está pelas ruas da amargura. Porquê? Pelo salário: 16.926,82 euros (por mês) não é de desprezar". Confirma-se que o salário mensal do governador do Banco de Portugal é de cerca de 17 mil euros?

“A história recente do Banco de Portugal (BdP) é deprimente. O BdP não contestou a idoneidade de Ricardo Salgado no BES, em 2014. Nem pôs em causa a idoneidade de Isabel dos Santos e Teixeira dos Santos, no Eurobic em 2020. Nem tão pouco da Sonangol, segundo maior accionista do BCP, em 2020. Os critérios do governador são de banda larga. Um governador demasiado distraído… Como será também Centeno. Afinal um salário de 16.926,82 euros (por mês) parece justificar qualquer distração. No BdP, a reputação é baixa, mas a cadeira é valiosa”, acrescenta-se no texto da publicação em causa, denunciada por vários utilizadores do Facebook como sendo falsa ou enganadora.

O valor salarial indicado está correto?

De facto, consultando a informação disponibilizada na página institucional do BdP, verifica-se que o salário mensal do governador, nos últimos anos, tem sido de 16.926,82 euros. Tal como é indicado na publicação sob análise.

O vice-governador aufere um salário mensal de 15.869,90 euros, ao passo que os administradores recebem 14.810,98 euros.

A título de comparação, no cargo de ministro das Finanças, Mário Centeno auferia um salário mensal de cerca de 4.200 euros, correspondente a 65% do vencimento do Presidente da República, tal como está determinado no Estatuto Remuneratório dos Titulares de Cargos Políticos (pode consultar aqui), mais um abono mensal para despesas de representação no valor de 40% do respetivo vencimento.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebookeste conteúdo é:

Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafoeste conteúdo é:

 

 

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