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GNR não mobilizou estes veículos para o combate aos incêndios florestais?

Sociedade
O que está em causa?
Nas redes sociais exibem-se imagens de dois veículos da GNR que não terão sido utilizados nas operações de combate aos incêndios florestais na semana passada. Verdade ou mentira?

“Boa tarde… Tanto fogo, tantas ajudas, tantos elogios à GNR, e acredito que todos estejam a fazer um excelente trabalho… Bem-haja por isso, mas ainda não vi nenhuma imagem destes carros no teatro de operações”, aponta-se numa publicação feita no Facebook, no dia 18 de setembro, dando a entender que esses veículos não estiveram no combate aos recentes fogos florestais que assolaram as regiões Centro e Norte do país.

Na mesma publicação – que se tornou viral em poucas horas – são exibidas fotografias de dois veículos da GNR, um preto e outro cinzento, com os símbolos dessa força de segurança.

Esta denúncia tem algum fundamento?

Não. Desde logo importa esclarecer que o primeiro veículo (de cor preta) exibido na publicação não se destina ao combate a incêndios. Apenas o segundo veículo (de cor cinzenta) tem características técnicas para esse tipo de operação.

O primeiro veículo, denominado pela empresa fabricante como “Anti-Motim MAN TGM 18.290“, dispõe de “bomba de serviço de incêndios”, mas serve “prioritariamente à intervenção em motins, destinado às forças policiais de segurança”.

Esta informação é confirmada ao Polígrafo por fonte oficial da GNR, sublinhando que este veículo “é de intervenção policial, para empenhamento preferencial em situações de alteração da ordem pública”, e pertence à Unidade de Intervenção da GNR.

Quanto ao segundo veículo, esse sim é um “Veículo Florestal de Combate a Incêndios”, mas não é verdade que não tenha estado no terreno durante a última vaga de incêndios.

Há mesmo uma imagem captada por Paulo Novais, fotojornalista da Agência Lusa, que comprova precisamente o contrário.

Nessa fotografia é retratado o desespero de populares da localidade de Soutelo, perante os incêndios que fustigaram o concelho de Albergaria-a-Velha, no dia 16 de setembro de 2024, sendo visível o veículo em causa da GNR.

Por outro lado, a GNR garante ao Polígrafo que “foi elevado o grau de prontidão e resposta operacional diária de todo o dispositivo da GNR, nomeadamente da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro”.

Quanto aos meios destacados, assevera que “durante o todo o período de vigência da declaração de situação de alerta de incêndios rurais, garantiu a máxima disponibilidade de meios”, tendo realizado “464 intervenções helitransportadas e 152 intervenções terrestres” no âmbito do ataque inicial e do ataque ampliado aos incêndios.

Estas intervenções mobilizaram um “total de 79 veículos, dos quais, nove Veículos Florestais de Combate a Incêndios (VFCI), dois Veículos Tanque Tático Rural (VTTR) e 68 Veículos Ligeiros de Combate a Incêndios (VLCI)” no terreno.

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Avaliação do Polígrafo:

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