A investigação aos negócios em torno do lítio e hidrogénio verde levou anteontem à demissão do primeiro-ministro António Costa, à detenção de cinco suspeitos e à constituição de sete arguidos, entre os quais o ministro das Infraestruturas e ex-secretário de Estado da Energia, João Galamba. A crise política está agora nas mãos do Presidente da República que irá comunicar hoje a sua decisão.

Além de ter provocado a queda do Governo, inerente à demissão do primeiro-ministro, a gravidade do processo está patente em detalhes como a realização de 17 buscas domiciliárias, inclusive na casa de Galamba, além de buscas não domiciliárias em "espaços utilizados pelo chefe do gabinete do Primeiro-Ministro, no Ministério do Ambiente e da Ação Climática, no Ministério das Infraestruturas e na Secretaria de Estado da Energia e Clima".

De acordo com a informação patente nos autos de buscas que está a ser vertida nos jornais, as suspeitas que incidem sobre atos de Galamba parecem ser volumosas. O que contrasta com o que o próprio tinha dito em janeiro deste ano, quando foi questionado sobre o processo.

A investigação teve início na sequência de um contrato de concessão aprovado por Galamba (nas funções de secretário de Estado da Energia) em 26 de março de 2019, visando a exploração de lítio em Montalegre, Vila Real, entre o Estado Português e a Lusorecursos Portugal Lithium. À data, Galamba e João Pedro Matos Fernandes, então ministro do Ambiente e Ação Climática, foram os primeiros nomes a surgir associados a este caso.

Em 2020, Galamba voltou a ser referido, dessa vez a par de Pedro Siza Vieira, ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital,  numa notícia em que se revelava que ambos estavam a ser investigados pelo Ministério Público.

Mais recentemente, em janeiro de 2023, questionado pelo jornal "Público" sobre a investigação em curso, Galamba respondeu da seguinte forma: "Nunca fui ouvido sobre esse processo absurdo, exactamente porque é absurdo e vazio."

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