“O que é que acham do sorteio? Grande pontaria sócios!”, escreveu Paulo Futre, antigo jogador do Futebol Clube Porto, Sport Lisboa e Benfica, Sporting Clube de Portugal e da seleção nacional, numa publicação na página oficial no Facebook, partilhada dia 27 de agosto.
Nas quatro fotografias partilhadas, Paulo Futre aparece com as camisolas de FC Porto, Atlético de Madrid, Liverpool FC e AC Milan, equipas que estão no grupo B da edição de 2020/21 da Liga dos Campeões.
É verdade que o jogador passou pelas quatro equipas?
Não. E o próprio admite a brincadeira nos comentários: “Para todos aqueles que não tinham conhecimento que eu joguei no Liverpool: lá em Liverpool também não sabiam! Haha boa sexta-feira amigos.”
Paulo Jorge dos Santos Futre nasceu no dia 18 de fevereiro de 1966 no Montijo e desde cedo começou a dar nas vistas nos escalões de formação do Sporting Clube de Portugal. Na época 1983/84, com apenas 17 anos, subiu à equipa principal do Sporting e marcou três golos em 29 jogos.
Nessa mesma época, mais a norte, o Futebol Clube do Porto disputou a primeira final europeia da história. Frente à Juventus FC, na final da extinta Taça das Taças, o clube perdeu por 2-1. No final da época, o Sporting “roubou” António Sousa e Jaime Pacheco ao FC Porto. A história foi contada há pouco tempo por Pinto da Costa, presidente do FC Porto, no programa “Ironias do Destino” do Porto Canal, em que conta que António Frasco também foi aliciado para ir para Alvalade, mas acabou por rejeitar.
Na resposta, Pinto da Costa conseguiu levar Paulo Futre para o norte do país. “Falámos com ele, foi o saudoso Domingos Pereira quem foi esperá-lo à famosa porta 10 depois de um treino, meteu-o num carro e ainda nessa noite, às 2h00, estava nas Antas a assinar pelo FC Porto. É uma figura querida no FC Porto e foi um dos maiores génios do futebol português. Se fosse hoje, era jogador para estar a ser disputado pelos clubes mais poderosos do mundo”, elogiou o presidente do FC Porto.
Futre esteve três épocas no Porto e foi na última que alcançou maior mediatismo internacional. Em 1986/87, o Futebol Clube do Porto venceu a Taça dos Clubes Campeões Europeus (2-1 na final frente ao Bayern de Munique) e Paulo Futre fez 15 golos em 40 jogos nessa época. O jogador português perdeu a corrida pela Bola de Ouro – prestigiado prémio entregue pela revista francesa France Football que “determina” o melhor jogador do mundo – para Ruud Gullit, tendo ficado em segundo lugar.
A boa campanha no FC Porto levou-o para o Atlético de Madrid onde passou a ser um ídolo. Na capital espanhola fez 187 jogos e marcou 47 golos, divididos por cinco épocas e meia. Foi no final dessa campanha que Futre regressou a Portugal, desta vez para representar o Benfica. Na curta passagem por Lisboa, Futre fez cinco golos em 13 jogos e voltou a emigrar, desta vez para França.
Contratado pelo Olympique de Marselha em 1994, Futre não foi tão feliz como até aí. Fez apenas oito jogos e dois golos, acabando por se transferir para o Reggiana, de Itália, ainda na mesma época. Cinco golos e 15 jogos em época e meia levaram Futre até ao AC Milan, mas aí voltou a não ser feliz. Fez apenas um jogo em Milão e seguiu para Inglaterra, onde representou as cores do West Ham durante uma temporada.
Já numa fase da carreira de menor fulgor, voltou ao Atlético de Madrid onde disputou dez partidas sem marcar qualquer golo. Em 1998 aceitou a aventura de jogar no Japão, no Yokohama Flügels, onde marcou três golos em 16 jogos, imediatamente antes de terminar a carreira.
Assim, das quatro equipas que compõem o grupo B da Liga dos Campeões, Paulo Futre jogou no FC Porto, no AC Milan e no Atlético de Madrid. Contudo, nunca defendeu as cores do Liverpool FC durante toda a carreira.
Mas, afinal, de onde surgiu a imagem com a camisola do Liverpool? É uma montagem de uma fotografia do antigo internacional português quando representava o Benfica. A fotografia original está disponível aqui.
Em suma, A publicação nas redes sociais é uma clara brincadeira do antigo internacional português.
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