“Isto é a coisa mais grave [a] que este país assiste desde o 25 de Abril… A análise preliminar conduzida pela equipa da Dra. X concluiu que os esforços atuais para mitigar o impacto da sua candidatura… Torna-se, assim, necessário recorrer a uma ação mais incisiva e estratégica”, comenta-se num tweet de 14 de janeiro que revela um suposto documento do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), organismo em que está integrado o SIED.
O documento (classificado como “ultra-secreto”) contém informação sobre a “preparação de de Operação Estratégica – Protocolo ‘Aquila 26′” que estará a ser desenvolvida pelo SIED no âmbito da candidatura do líder do Chega, André Ventura, à Presidência da República.
“O panorama político atual em Portugal aponta para um crescimento significativo da candidatura de André Ventura às eleições presidenciais de 2026. O aumento da sua influência, potenciado por uma retórica populista e por um controlo estratégico sobre os meios de comunicação, representa um risco considerável para a estabilidade do país, bem como para as nossas relações diplomáticas com os parceiros da União Europeia”, descreve-se na parte de “contexto” do documento.
Posto isto realça-se que “a análise preliminar conduzida pela equipa (…) concluiu que os esforços atuais para mitigar o impacto da sua candidatura junto da opinião pública são insuficientes”, pelo que se torna assim “necessário recorrer a uma ação mais incisiva e estratégica“.
Indica-se então uma “diretiva” que consiste numa “deliberação da Direção-Geral do SIED e com autorização especial do Gabinete de Segurança Nacional”, mediante qual “foi decidido o lançamento da operação codificada ‘Aquila 26’. Esta operação tem como objetivo reduzir a influência política de André Ventura, através de ações não convencionais, cirúrgicas e discretas”.
Estabelece depois os “objetivos principais” da operação. O primeiro consiste em “expor inconsistências ou contradições no discurso público de Ventura”, o segundo em “desestabilizar a sua base eleitoral” e o terceiro em “promover narrativas credíveis que questionem a sua conduta (…) garantindo que qualquer ligação ao SIED permaneça indetetável”.
O Polígrafo questionou o SIRP sobre a autenticidade deste documento, tendo o SIRP garantido em resposta que “é falso“.
Além de sinalizar a falsidade, o SIRP informa que “já dirigiu uma participação à Procuradoria-Geral da República” sobre esta iniciativa de desinformação das redes sociais.
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Avaliação do Polígrafo: