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Francisco Louçã: “O consumo representa 60% do PIB português”

Economia
O que está em causa?
"O aumento dos salários é usado em grande medida para o consumo e o consumo é 60% do PIB português", afirma o ex-líder do Bloco de Esquerda num vídeo partilhado nas redes sociais, concluindo que o aumento dos salários "beneficia a economia". A percentagem indicada tem fundamento?

Com o objetivo de refutar a ideia de que o aumento dos salários prejudica a economia, Francisco Louçã (antigo líder do Bloco de Esquerda e atual candidato a deputado pelo círculo de Braga) recorreu a dados referentes ao Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal. De acordo com o economista, a remuneração que os trabalhadores auferem é utilizada em grande parte para o consumo e esta despesa representa 60% do PIB.

“Mesmo quando olhamos para o conjunto da economia, é fácil perceber porque é que, se os salários aumentarem, naturalmente reduz a capacidade de obtenção de lucros, a economia melhora. O aumento dos salários é usado em grande medida para o consumo e o consumo é 60% do PIB português. Portanto, o aumento da capacidade de consumir e a melhor condição salarial determina uma expansão da economia“, explicou Louçã num vídeo partilhado pelo Bloco de Esquerda nas redes sociais.

Tem razão no que concerne ao impacto do consumo no PIB?

Sim. Na realidade, o peso do consumo das famílias chega até a ser superior a 60% do PIB.

De acordo com os últimos dados do Banco de Portugal, o consumo privado de residentes –  referente ao gasto das famílias e das instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias – foi de 61,784% do PIB em 2023, último ano de que há registo. Trata-se da menor percentagem desde 1991, quando o peso do consumo no PIB foi de 64,558%.

Segundo o mesmo organismo, desde que começaram a registar-se estes dados – em 1953 – só em 1972 é que se verificou uma percentagem inferior à indicada por Louçã no vídeo partilhado. Naquele ano, o consumo foi de 59,437% do PIB nacional.

Confirma-se assim que a afirmação de Louçã sobre o impacto do consumo das famílias na economia portuguesa é verdadeira.

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Avaliação do Polígrafo:

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