30 de janeiro de 2019, quarta-feira, um dia que pode ter marcado a aproximação da vida extraterrestre à existência humana. Pelo menos, as cartas ficaram em cima da mesa, ou melhor, nos céus da cidade de Conyers, no estado da Geórgia, nos Estados Unidos. Mas calma, não é de jogo que se fala aqui, é, sim, de realidade. Uma coisa, escura, foi vista a cruzar os ares do pequeno centro urbano, a 40 km de Atlanta. Felizmente, o objeto voador não identificado não foi só visto, foi filmado, e as imagens, depois, enviadas para uma organização que investiga casos de avistamento de OVNIS, a MUFON. A acompanhá-las, um texto do autor dos vídeos:
“Saí do trabalho no meu carro para ir almoçar (…). Olhei para a esquerda, vi um objeto escuro em forma de retângulo no céu, que parecia imóvel. (…) Entrei no estacionamento do restaurante (…). Gravei o objeto por um minuto e 28 segundos. (…) Quando assisti ao vídeo em câmara lenta, frame a frame, parecia haver momentos em que emitia luz. (…)também parecia estar girando ou a sua parte exterior é quase fluida, especialmente em torno do perímetro superior”.
As palavras são, de facto, fiéis aos três vídeos, que mostram, ao fundo, o tal objeto retangular a movimentar-se no céu, aparentemente de forma autónoma. Talvez por isso, vários sites tenham começado a conspirar sobre o caso. As plataformas não colocaram de lado que pudesse ser apenas uma aeronave a puxar uma faixa de publicidade. Uma hipótese provável, já que iria acontecer ali ao lado, em Atlanta, a final do Super Bowl, alguns dias depois. Certo também é que esta possibilidade perdia força cada vez que se constatava que no vídeo não se vê qualquer avião a puxar a faixa. Além disso, segundo vários analistas, parece haver outro objeto, prateado e quase transparente, a pairar sobre o retângulo escuro, quiçá uma escolta aos visitantes da Terra.
Apesar das teorias, o desfecho do caso já será previsível para muitos: OVNIS só mesmo na imaginação de quem acredita tê-los visto e, aquilo que parecia apenas uma possibilidade, torna-se na verdade absoluta. Nas imagens captadas há, na realidade, uma faixa publicitária a ser puxada por uma avioneta. O segundo OVNI, que teria sido avistado acima do primeiro, é um avião comercial que se fazia à pista do aeroporto de Atlanta.
Em relação ao segundo OVNI, e avaliadas todas as possibilidades dadas pela plataforma Flight Radar 24, a que melhor encaixa na descrição do autor dos vídeos é um voo da Air Canada. O Embraer ERJ-175 estava a 2 mil metros de altitude, voava a 450 km/h e preparava-se para aterrar no aeroporto de Atlanta.
A conclusão é de um especialista em desmascarar boatos sobre OVNIS, citado pelo site de verificação de notícias “E-Farsas”. Scott Brando garante que são comuns os vídeos deste tipo, porque também é comum encontrar avionetas a puxar faixas publicitárias. Quanto ao facto de a aeronave não ser visível, a explicação está na qualidade da imagem, insuficiente para ter captado, com clareza, a avioneta.
De modo a tornar a verdade percetível a todos, o site “E-Farsas” descobriu qual a aeronave que estava a puxar a publicidade. Para isso, utilizou o site Flight Radar 24, uma plataforma que monitoriza e detalha o tráfego aéreo em todo o mundo, 24 horas por dia.
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A partir da localização e da hora em que o homem disse ter visto o OVNI, o site de aviação consegue determinar que, no campo de visão de quem fez o avistamento, voava uma aeronave fabricada em 1964, modelo PA-25-235, que pertence, precisamente, a um empresa de publicidade aérea. A avioneta estava a uma altitude de aproximadamente 850 metros e voava a uma velocidade de cerca de 70 km/h.
Em relação ao segundo OVNI, e avaliadas todas as possibilidades dadas pela plataforma Flight Radar 24, a que melhor encaixa na descrição do autor dos vídeos é um voo da Air Canada. O Embraer ERJ-175 estava a 2 mil metros de altitude, voava a 450 km/h e preparava-se para aterrar no aeroporto de Atlanta.
No fim de contas, a montanha pariu um rato, ou melhor, o céu pariu duas aeronaves, em vez de dois místicos, incríveis e intrigantes OVNIS, que aproximariam ETS e humanos, factos que estragam uma boa história. Boa, mas falsa.