“Olá pais, recebemos no iBET [Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica] a informação de que foi detetada uma bactéria nas águas dos concelhos de Oeiras e Cascais”, lê-se num e-mail, indicado ao Polígrafo para verificação de factos, alegadamente enviado esta terça-feira (dia 5 de março pela coordenadora de um estabelecimento de ensino em Oeiras aos encarregados de educação dos respetivos alunos.
De acordo com essa mensagem de alerta, que tem circulado sobretudo via WhatsApp, já existiriam “50 pessoas diagnosticadas com gastroenterites derivadas dessa bactéria nos hospitais da zona” – os quais teriam sugerido, na sequência deste suposto incidente, “que nos próximos três dias não seja consumida água da torneira”.
E conclui-se que “caso algum dos meninos comece a ter sintomas, são os sintomas normais de qualquer gastroenterite”.
Este alerta é verdadeiro?
Não. Aliás, o próprio instituto científico a quem se atribui a responsabilidade pela informação já publicou, no respetivo site, um comunicado através do qual assegura que “não é responsável pela (…) mensagem que está a circular por WhatsApp na zona de Oeiras e Cascais”.
A mesma fonte acrescenta ainda já ter confirmado com os Serviços Intermunicipalizados de Água e Saneamento de Oeiras e Amadora (SIMAS) que “esta notícia é falsa”.
De facto, também o SIMAS já desmentiu esta história, assegurando que “a informação difundida nas redes sociais relativa a uma suposta deteção de uma bactéria nas águas dos concelhos de Oeiras e Cascais, alegadamente responsável por casos de gastroenterite, é falsa”. A mesma entidade garante, ainda, não ter sido “detetada qualquer contaminação na água fornecida” aos munícipes e não existir “qualquer recomendação para evitar o consumo de água da torneira”.
Por sua vez, a Águas de Cascais, empresa responsável pela distribuição de água neste município, “recusa qualquer responsabilidade sobre a difusão desta informação e condena veementemente estas ações que, de forma falsa e inconsequente, prejudicam a vida de terceiros e minam a confiança no consumo de água da rede pública”.
Também esta entidade assegura, em comunicado, que em causa está “uma informação falsa” e que “a água que distribui cumpre todos os requisitos de qualidade da água destinada ao consumo humano, de acordo com a legislação em vigor”. E vai mais longe, ao anunciar que “irá apresentar queixa junto das autoridades competentes e solicitar a abertura de um inquérito com vista ao apuramento de responsabilidades”.
Perante estes factos, resta concluir que se trata de uma mensagem falsa, sem qualquer fundamento.
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Avaliação do Polígrafo: