Eça de Queiroz ainda agora chegou ao panteão e já há quem, nas redes sociais, lhe atribua frases que mostram que o seu desejo não era bem esse: “Ouvia dizer esta expressão de Eça de Queiroz: ‘Foge cão senão vais pró panteão’ Será verdadeira ou alterada, mas com este significado? Se for, vejam só a maldade que lhe fizeram depois de morto.”
Se a frase lhe soa familiar, tem razão: o original é atribuído a Almeida Garrett e não a Eça. Além disso, tornou-se num provérbio bastante conhecido que representa uma crítica às condecorações: “Foge cão, que te fazem barão! Mas para onde, se me fazem visconde?”
Ou seja, não só a frase foi adaptada ao facto de os restos mortais do escritor José Maria Eça de Queiroz terem sido trasladados do cemitério da aldeia de Santa Cruz do Douro para o Panteão Nacional de Santa Engrácia, em Lisboa, como foi atribuída erradamente a Eça, que também não é o autor da expressão original.
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Avaliação do Polígrafo: