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Cine-Check. Filme lançado em 2013 chama-se “Coronavírus” e prevê a pandemia causada pela Covid-19?

Cinema
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Várias publicações nas redes sociais garantem que, em 2013, sete anos antes da pandemia que tem deixado o mundo em estado de alerta, foi lançado um filme chamado «Coronavírus», na China segundo alguns posts, na Coreia do Sul de acordo com outros, que previa, exatamente, os dias negros que a humanidade está a viver. Verdade assustadora ou embuste pouco inteligente?

A publicação circula em perfis de Instagram, em tweets e em vários murais de Facebook: o Polígrafo encontrou-a num grupo, justamente, de informações, dúvidas e respostas relativas à doença Covid-19. O post, cujo destaque principal é a imagem, mostra uma fotografia onde é possível ver uma mão a agarrar uma caixa de um filme que, aparentemente, se chama «Coronavírus: o início da pandemia». Na capa, veem-se seis personagens, duas delas com uma máscara de oxigénio e, todos, numa situação de conflito evidente. O título da publicação ajuda a contextualizar o que se vê na fotografia: «Dizem que é um filme coreano de 2013, será?»

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Significa, isto, que o utilizador sugere que, no ano de 2013, um filme chamado «Coronavírus», uma premonição da pandemia que agora afeta o mundo, foi lançado, neste caso na Coreia, noutras versões da publicação na China. Os comentários ao post desvalorizam a suspeita levantada, mas não levantam dúvidas sobre a autenticidade do filme, por exemplo: «Acho que vocês sabem que existiu outra estirpe de Corona antes deste que está mais famoso. Esse filme deve ter sido a outra estirpe

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É um facto: o SARS-CoV-2 é o novo coronavírus, mas não o primeiro, uma vez que desde 1960 já foram identificadas sete estirpes. Porém, o filme em causa é, como se costuma dizer, novinho em folha, isto porque não passa de um embuste, criado nas últimas semanas. Em 2013, não há registo de que algum filme chamado «Coronavírus» tenha ido para as salas de cinema – aliás, nem em 2013, nem nunca, pelo menos até agora. A confirmação é dada também pelo site de verificação de factos brasileiro Aos Fatos, que desmentiu o boato.

É um facto: o SARS-CoV-2 é o novo coronavírus, mas não o primeiro, uma vez que desde 1960 já foram identificadas sete estirpes. Porém, o filme em causa é, como se costuma dizer, novinho em folha, isto porque não passa de um embuste, criado nas últimas semanas. Em 2013, não há registo de que algum filme chamado «Coronavírus» tenha ido para as salas de cinema – aliás, nem em 2013, nem nunca, pelo menos até agora.

No entanto, nesta ação de desinformação, há três elementos que são reais. Por um lado, a imagem que aparece nas publicações, apesar de ter um grafismo (título) adulterado, é autêntica, uma vez que pertence originalmente ao filme «The Flu». Por outro lado, 2013 é, realmente, o ano de lançamento da película verdadeira e, em terceiro lugar, o filme foi mesmo lançado na Coreia do Sul.

Desde o ano passado que circulam publicações nas redes sociais onde se alega que a ação do filme “Eu sou a Lenda”, realizado por Francis Lawrence, ocorre em 2021 e que a história é centrada num surto de zombies causado por uma vacina. É verdade?

«The Flu», sob a direção de Kim Sung-su, conta o caos que se instala numa cidade sul-coreana, a 20 km de Seul, quando o vírus H5N1, gripe das aves, infeta a população. A estreia foi a 15 de agosto de 2013, nos cinemas sul-coreanos, o filme seguiu depois para o resto do mundo. Durante o pico da Covid-19 na China, esta foi uma das obras de ficção mais procuradas pelos residentes no país asiático, talvez porque retrata a sociedade tomada por uma pandemia, um medo, hoje real, para milhões de pessoas.

Portanto, é falso que há sete anos tenha sido lançado um filme, num qualquer país asiático, chamado «Coronavírus», que previsse a pandemia que, em 2020, viria a matar, e ainda mata, milhares de pessoas em todo o mundo. Apesar de a notícia já ter sido desmentida várias vezes, incluindo pelo Facebook, que classificou a publicação que analisámos como contendo conteúdo falso, a mesma continua a circular, também em língua espanhola.

Avaliação do Polígrafo:

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