Sob o hashtag “ImortaisPorDireito”, o FC Porto publicou nas suas redes sociais, a 6 de julho, um vídeo com alusão a vários momentos decisivos do seu percurso desportivo.
No clip de 52 segundos merecem destaque (através da introdução da respetiva legenda) seis jogos/factos: cinco relativos a partidas marcantes na história do clube (quatro delas com vitórias e consequente conquista de troféus) e uma sexto alusiva ao início da parceria com uma marca de equipamentos desportivos:
1984 – Primeira final europeia do FC Porto (perdida, frente à Juventus de Turim);
1985 – Jornada (27.ª) do campeonato 84/85 (contra os Belenenses) em que o FC Porto garante matematicamente o primeiro lugar, no primeiro título do bicampeonato que conduziria o clube a sagrar-se campeão europeu;
1987 – Final da Taça dos Campeões Europeus contra o Bayern de Munique e primeira conquista europeia do clube;
2003 – Final da Taça UEFA em Sevilha, com vitória sobre o Celtic de Glasgow;
2004 – Final da Liga dos Campeões, disputada com o Mónaco, e segunda vez campeão europeu;
2015 – Primeiro jogo oficial a envergar o equipamento da nova marca parceria.
Estes seis momentos são sempre apresentados com a indicação do ano e a imagem da camisola que então era utilizada.
Da seleção de jogos realizada pelo clube, salienta-se a ausência de destaque à final e conquista da Liga Europa em 2011 (apesar de algumas imagens, rápidas, mostrarem o golo de Falcao que derrotou o Sp. Braga).
Isto porque todas as outras finais europeias de competições-base (a presença na Taça Intercontinental e na Supertaça Europeia decorrem da vitória noutras competições), incluindo aquela em que o clube foi derrotado (1984), mereceram a eleição de quem, no FC Porto, montou o vídeo.
Tal facto gerou bastantes comentários indignados nas redes sociais do próprio clube, acusando os autores do vídeo de desvalorizaram uma época muito importante do FC Porto e apagarem o nome de André Villas-Boas, o treinador da equipa em 2010/11.
Recorde-se que André Villas-Boas e a direção do FC Porto têm trocado algumas críticas, mesmo que indiretamente, e esse afastamento foi até constatado pelo próprio Villas-Boas no QSP Summit, em Matosinhos, no dia 29 de junho. Nessa ocasião, o antigo treinador repetiu o desejo de ser candidato à presidência do clube, mesmo que sem tempo definido para tal.
O Polígrafo tentou obter uma explicação do FC Porto para essa exclusão de apenas uma entre cinco finais europeias, mas sem sucesso.
Segundo as informações recolhidas pelo jornal “Record” junto do FC Porto, o critério da escolha terá sido a relevância do ponto de vista estético das camisolas do clube.
Porém, não foi mostrada qualquer camisola relativa a 91 anos da história do clube (de 1893 a 1984), nem os equipamentos alternativos das três últimas décadas, que trouxeram novas cores ao universo da indumentária dos dragões (cinzento, laranja, rosa, amarelo).
Desta forma, a interpretação de que o FC Porto censurou Villas-Boas e, por extensão, a conquista da Liga Europa de 2011 é legítima, uma vez que todas as outras finais europeias foram destacadas e o alegado critério de relevância estética do equipamento não contempla largos períodos e mudanças significativas nas camisolas oficiais do clube.
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Avaliação do Polígrafo: