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Euro2024. Diogo Costa disse que Cristiano Ronaldo lhe deu “um papel com instruções escritas” antes da defesa dos penáltis contra a Eslovénia?

Desporto
O que está em causa?
Circula nas redes sociais uma afirmação que está a ser atribuída ao guarda-redes da Seleção Portuguesa de Futebol, Diogo Costa, que foi titular em todos os jogos da equipa durante o último Campeonato Europeu de Futebol, na Alemanha. Confirma-se que o atleta atribuiu o seu bom desempenho no embate frente à Eslovénia – em que defendeu três grandes penalidades – a Cristiano Ronaldo?

“As pessoas pensam que eu defendi os penáltis, mas, para ser sincero, foi tudo por causa do Cristiano Ronaldo.” Uma publicação no Facebook dá conta de que esta declaração terá sido proferida pelo guarda-redes Diogo Costa, que foi uma das principais figuras da Seleção Portuguesa de Futebol durante o Euro 2024.

Uma afirmação que terá surgido na sequência do embate entre as equipas de Portugal e da Eslovénia, a contar para os oitavos-de-final da competição. A qual resultou numa vitória da seleção das quinas por 3-0 nas grandes penalidades – devido a três defesas, precisamente, de Diogo Costa.

Porém, já depois de concluído o jogo, o atleta terá revelado qual o segredo na base da sua boa prestação: “As pessoas pensam que eu defendi os penáltis, mas, para ser sincero, foi tudo por causa do Cristiano Ronaldo. Antes das grandes penalidades, Cristiano Ronaldo deu-me um papel com instruções escritas. Eu segui essas instruções e atirei-me nas direções corretas. O resto é história.”

Confirma-se que esta afirmação pode ser atribuída a Diogo Costa?

Não. Primeiro que tudo, refira-se que não existem evidências, em qualquer meio de comunicação social nacional, que confirmem que tal afirmação terá sido, de facto, proferida pelo guarda-redes português.

Aliás, em conferência de imprensa após o final do jogo, transmitida na íntegra pela SIC Notícias, Diogo Costa deu alguns esclarecimentos que contradizem essa alegação. Após ter assumido que esse terá sido, “com certeza, o melhor jogo” da sua vida e aquele em que mais conseguiu “ajudar a equipa”, explicou qual terá sido a verdadeira chave para o seu desempenho. 

“Desta vez, eu segui cegamente o meu instinto. Obviamente que fazemos análises dos batedores de penáltis mas, ao fim ao cabo, os jogadores mudam. E é isso, acho que tive que seguir o meu instinto, foi isso que eu senti”, afirmou o guarda-redes. Uma ideia que, aliás, repetiu por várias vezes durante toda a conferência de imprensa, tendo ainda destacado a importância do “trabalho” para que um atleta consiga dar resposta a momentos de maior pressão.

Questionado sobre o contributo dado pela equipa para que tal fosse possível – e, mais concretamente, por Ricardo Pereira, histórico guarda-redes da Seleção Nacional que integra, agora, a equipa técnica de Roberto Martínez –, explicou, sem se alongar: “O Ricardo, e toda a gente da equipa, passaram-me muito boas palavras, motivaram-me ainda mais e foquei-me em ajudá-los.” Sobre a influência de Cristiano Ronaldo no modo como defendeu as grandes penalidades, Diogo Costa não dedicou qualquer palavra.

O mesmo aconteceu durante as declarações prestadas pelo guarda-redes à RTP, imediatamente após a vitória frente à Eslovénia. Sobre a “inspiração” necessária para defender os três penáltis, referiu: “Neste jogo, fiz diferente. Segui o meu instinto. Achei que devia seguir o meu instinto, e ainda bem. Estou muito feliz por ajudar a equipa. É o que mais me importa.”

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Avaliação do Polígrafo:

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