“Nós conhecemos as histórias dos artistas que foram até aos campos de batalha na Europa e na Ásia para se apresentar para as tropas norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial. Glenn Miller, inclusive, morreu durante uma dessas incursões, quando o avião que o transportava e à sua orquestra desapareceu sobre o Canal da Mancha. Mas existe uma história muito interessante, de cerca de 5 mil pianos Steinway enviados para a guerra. Eles eram chamados de ‘Victory Vertical’ ou ‘G. I. Steinway'”, começa por se contar numa das publicações em causa.
Esta história é verdadeira ou falsa?
A “Snopes”, plataforma de fact-checking, encontrou a origem da fotografia em causa que retrata soldados da 2.ª Divisão Blindada dos EUA a tocarem piano e a cantarem na região francesa da Normandia, durante a Segunda Guerra Mundial, em meados de 1944.
De acordo com um artigo publicado na página da Michigan Radio, o pianista e professor Garik Pedersen descobriu esta história ao pesquisar no âmbito da produção do “Victory Vertical Project“, um espectáculo em que interpretou peças musicais das décadas de 1930 e 1940. Os pianos foram fabricados pela Steinway & Sons – uma companhia germano-americana – numa fábrica em Queens, Nova Iorque, e foram encomendados para serem utilizados durante a Segunda Guerra Mundial.
“No início, a Steinway foi proibida de construir pianos devido a restrições governamentais sobre o ferro, o cobre, o latão e outras matérias-primas. A fábrica passou o tempo a produzir caixões e peças para planadores de transporte de tropas, até que lhe foi concedido um contrato para enviar pianos especialmente projetados para soldados de guerra”, lê-se na página da Steinway & Sons.
A empresa produziu “mais de 3 mil pianos ‘Victory Vertical’ concebidos para as tropas em batalha entre 1942 e 1953. Os pianos vieram em cor de azeitona, azul, e cinza. Em 1942, o primeiro ‘Victory Vertical’ foi lançado de pára-quedas, com equipamento de afinação e instruções”, acrescenta-se.
Entre os soldados que foram recrutados para combater na Segunda Grande Guerra destacavam-se alguns músicos. Garik Pedersen explica que “os pianos incluíam partituras. E as partituras incluíam clássicos leves, canções patrióticas de canto e canções populares (…). Havia sempre alguém que se podia sentar e trabalhar aqueles boogie-woogies [estilo de Blues, caracterizado pelo uso sincopado da mão esquerda ao piano] e os soldados pareciam adorar isso”. Segundo Pedersen, os pianos eram construídos em forma de caixa e leves, de forma a poderem ser facilmente colocados num caixote e transportados.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
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