“Alemanha confirma: vacinas de mRNA mataram mais pessoas do que a Covid-19. Um grupo de cientistas líderes na Alemanha soou o alarme depois de encontrar indicações escondidas nos dados oficiais do Governo que confirmam que a mortalidade excessiva foi causada pelas vacinas de mRNA – e não pela Covid-19. O estudo inovador mostra que a taxa de mortalidade durante as primeiras ondas da pandemia não aumentou significativamente”, destaca-se em publicação no Facebook.
A alegação é supostamente baseada nos dados de um estudo – publicado em março – sobre a “mortalidade em Frankfurt am Main, na Alemanha, entre 2020 e 2023”, conduzido pelos investigadores Ursel Heudorf (especialista em higiene e medicina ambiental) e Bernd Kowall (professor no Instituto de Informática Médica, Biometria e Epidemiologia no Hospital Universitário de Essen). No entanto, a investigação não corrobora a tese apresentada.
Em resposta ao Polígrafo, Miguel Prudêncio, investigador principal do Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular especializado em vacinas e Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, garante que a alegação é “uma distorção grosseira e completamente infundada do reportado no estudo em causa”.
“Na verdade, o estudo até reforça a noção do papel da vacinação na redução da mortalidade por Covid-19″, considera o investigador.
De acordo com as conclusões desta investigação, apesar dos picos de casos de Covid-19 registados entre 2020 e 2022, a pandemia não foi responsável pelo excesso de mortalidade naquela cidade alemã durante o período em análise.
Foi apenas na segunda vaga de infeções da pandemia, ocorrida no final de 2020, que se verificou um excesso de mortalidade atribuível à Covid-19 em Frankfurt am Main.
Quando em 2022 se voltou a registar um excesso de mortalidade significativo, este foi atribuído não à Covid-19, mas a uma vaga intensa de gripe ocorrida nas últimas seis semanas do ano.
“A única conclusão que se pode tirar deste estudo no que diz respeito à vacinação contra a Covid-19 é que, após esta se iniciar, não voltou a ocorrer excesso de mortalidade por esta doença naquela região. Que tenha ocorrido um pico de gripe no final de 2022 é algo que tem apenas a ver com a circulação do vírus da gripe nesse período e que não tem rigorosamente nada que ver com a vacinação contra a Covid-19″, explica o investigador.
______________________________
Avaliação do Polígrafo: