“Eu era do tempo que andava por todo o lado e a qualquer hora em Lisboa e de transportes públicos e nunca vi nada assim. Em que se transformou este país?”. As questões foram endereçadas pela autora do “tweet”, publicado esta manhã, ao Governo, à PSP, a Luís Montenegro, a Carlos Moedas, a André Ventura e a Bruno Nunes. O líder do Chega e o seu vice, Pedro Frazão, responderam à chamada de atenção partilhando o conteúdo, apagando-o pouco depois.
Já no fim do tweet indica-se que o vídeo que acompanha a alegação foi gravado “no Prior Velho”. Nas imagens, com pouco mais de um minuto, vê-se um homem, de faca em punho, a ameaçar várias das pessoas que se encontravam dentro e fora do autocarro. Ouvem-se vários gritos mas, apesar de o idioma falado ser o português, em nenhum momento se ouve falar português de Portugal, mas antes do Brasil.
Será que estas imagens foram captadas no Prior Velho, em Lisboa?
Não. Primeiro, o autocarro não se assemelha aos que circulam na Grande Lisboa. E, aos 59 segundos, vê-se um homem vestido com um colete onde se lê “Veper Vigilância”. A “Veper Vigilância”, como se verifica neste site, é uma empresa de segurança sediada em Curitiba, no Brasil, estando presente em vários estados brasileiros.
Segundo o jornal “Tribuna do Paraná”, o vídeo retrata uma rixa entre estudantes, no último dia 15 de outubro, dentro de um autocarro no terminal Boa Vista, em Curitiba, no Brasil.
O episódio de violência resultou numa pessoa esfaqueada e o suspeito foi detido pela Guarda Municipal (GM) do Brasil, mas outros jovens envolvidos na rixa fugiram do local. Tendo em conta os dados recolhidos, conclui-se que é falso que este vídeo tenha sido gravado no Prior Velho, em Lisboa.
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