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Este vídeo que mostra polícias angolanos a agredirem um colega é real?

Internacional
O que está em causa?
Está a ser partilhado viralmente nas redes sociais e parece mostrar um indivíduo fardado, supostamente da Polícia Nacional de Angola, a ser violentamente agredido por agentes dessa mesma força policial. O vídeo é real? E a descrição corresponde à verdade dos factos?

Sub-inspector da polícia agredido na via pública por colegas a mando do comandante. Um oficial da Polícia Nacional, com a patente de sub-inspector, colocado no comando da polícia do Talatona, foi agredido esta semana por colegas, com patentes inferiores, em plena via pública, a mando do comandante da esquadra do Benfica”, destaca-se numa publicação de 20 de setembro no Facebook, exibindo o vídeo em causa.

Nas imagens parece ver-se um conjunto de agentes da Polícia Nacional (PN) de Angola, tutelada pelo o Ministério do Interior (MININT), a arrastarem e desferirem golpes num outro agente daquelas forças castrenses.

Há uma versão mais extensa do vídeo que tem circulado na plataforma WhatsApp. Na qual se ouve o agente, aparentemente embriagado, a suplicar aos colegas da PN para não ser maltratado.

“Não faz isso. Não faz isso. Zynga, Não faz isso”, diz o agente, que depois pede desculpas aos colegas. Mas estes continuam a arrastá-lo até à esquadra policial.

A versão mais extensa do vídeo também mostra os agentes agressores a exporem a identidade do polícia alegadamente embriagado – filmando o respetivo passe de serviço e, consequentemente, revelando informações pessoais.

O vídeo é real? E a descrição corresponde à verdade dos factos?

Sim. No dia 19 de setembro, o Comando Provincial de Luanda (CPL) reprovou publicamente a atuação dos agentes retratada no vídeo que está a circular nas redes sociais.

Através de um comunicado, o CPL informou que, pelo sucedido, “foram suspensos das atividades laborais, o Comandante da Esquadra do Benfica, o Chefe do Policiamento de Proximidade” e “todos os envolvidos no facto”.

Mais, “foi instaurado um processo de averiguação para aferir o grau de envolvimento de cada um dos efetivos no caso”.

Por fim, o comunicado do CPL, rubricado pelo inspector-chefe Euler Matari, repudia o comportamento dos efetivos da PN, assegurando que haverá responsabilização “disciplinar e criminal de todos os implicados”.

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Avaliação do Polígrafo:

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