Numa publicação feita na rede social X/Twitter, no dia 10 de dezembro, exibe-se um vídeo de aproximadamente dois minutos com imagens que podem ferir suscetibilidades. Dois homens feridos e deitados em camas de hospital são questionados e posteriormente baleados.
Em comentário associado às imagens descreve-se: “Rebeldes sírios entram num hospital, perguntam se os pacientes feridos são soldados sírios e depois executam-nos nas camas do hospital. Estes são agora os bons da fita, certo?”
Nas imagens, os agressores dirigem-se aos homens feridos e, segundo apurou o “Deutsche Welle“, falam árabe com sotaque estrangeiro e usbeque. A tradução do diálogo que revela que os agressores questionam um dos homens feridos sobre o serviço militar e perguntam se matou alguém do grupo. O homem responde que fez parte do Exército durante cinco anos, mas garante que nunca atirou em nenhum deles e que só os curdos o fizeram.
Os agressores perguntam, também, se “adora” Bashar al-Assad. O ferido responde que a situação era complicada e que eles se encontravam sob controlo. O segundo homem ferido que aparece no vídeo confirma a ligação ao Exército, alegando tratar-se de uma “autodefesa obrigatória“. Ambos acabam por ser baleados.
De acordo com o “Deutsche Welle“, é pouco provável que os perpetradores sejam realmente rebeldes sírios, conforme alega o autor da publicação no X/Twitter. O vídeo contém uma marca de água com a palavra “Operasyon”, um canal turco do Telegram e que é, muito provavelmente, relativa à origem da captura destas imagens.
A mesma fonte refere que o conteúdo terá sido publicado nesse canal do Telegram a 10 de dezembro, afirmando-se tratar-se de dois civis feridos num bombardeamento turco e mortos por um grupo apoiado pela Turquia.
Outros meios de comunicação como o jornal “The Telegraph” e a agência “Hawar News” afirmam que os agressores são mercenários turcos a invadir um hospital na cidade de Manbij, no norte da Síria, após a queda do regime de Assad.
Incidentes deste tipo foram também relatados, no início do mês de dezembro, pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR). Segundo o Observatório, grupos apoiados pela Turquia estiveram envolvidos no assassinato de soldados em Manjib.
Posto isto, não é possível verificar se o conteúdo do vídeo partilhado está realmente relacionado com estes incidentes. Ainda assim, tudo indica que a alegação feita na partilha, de que os agressores são rebeldes sírios, é falsa.
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