“Um par de ‘novos europeus’ estava a assediar uma jovem francesa no parque quando um bom samaritano e o seu cão passaram por ali. Cães podem sentir o mal“, alega-se num tweet de 19 de setembro.
A acompanhar a afirmação, é partilhado um vídeo de apenas um minuto em que se mostra a alegada situação de assédio de dois jovens que se colocam em frente a uma jovem francesa sentada num banco de jardim. As imagens captadas pelo homem que segurava o cão, da raça Pastor Malinois, mostram-no a chegar e a intervir, a par com o cão, naquele momento.
Através de uma pesquisa pelas imagens do vídeo, verifica-se que este foi difundido amplamente nas redes sociais, não apenas em português (o mesmo vídeo é também partilhado em tweets escritos em espanhol), como se retratasse uma situação real e os dois indivíduos fossem imigrantes, propagando uma narrativa xenófoba.
No entanto, nem este vídeo retrata uma situação real, nem há qualquer evidência de que estes dois indivíduos sejam imigrantes. O vídeo original foi publicado nas redes sociais (Instagram e Tik Tok) de Aymane Arsalane, criador da marca Redog, treinador profissional de cães, e, como o próprio indica num comentário na publicação, trata-se de uma “situação falsa”.
Ou seja, o vídeo é encenado com o propósito de mostrar como o treino é eficaz em potenciais situações de perigo. Nas redes sociais do treinador profissional existem vários vídeos semelhantes, de situações encenadas, com o objetivo de treinar o cão ou mostrar como é um comportamento canino adequado em função da situação e do comando dado.
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