“Câmeras no condado de Bucks, Pensilvânia, captam boletins de voto de Trump a serem destruídos. Esta filmagem chocante deve ser investigada imediatamente”, descreve-se num tweet publicado no dia 25 de outubro. A alegação, suportada num vídeo de dois minutos, pretende demonstrar como esta, a ser verdade, é “uma séria ameaça à integridade das eleições”.
Mais recentemente, no dia 28 de outubro, surge a mesma alegação em português: “Destruindo os votos de Donald Trump nos correios.”
Estes foram apenas dois dos muitos tweets que têm circulado nos últimos dias nas redes sociais, sempre com o mesmo vídeo e colocando em causa a integridade das eleições presidenciais à Casa Branca.
Mas o vídeo e as alegações que o acompanham têm fundamento?
Não. O conteúdo do vídeo já foi desmentido tanto pela autoridade eleitoral quanto pelo Comité Republicano do condado de Bucks. Num tweet partilhado a 24 de outubro, o Comité Republicano afirma que assim que tomou conhecimento da circulação do vídeo online acionou a sua equipa de advogados, bem como os advogados da campanha de Trump, para investigar a alegação.
A conclusão foi a de que “as ações vistas neste vídeo não ocorreram” e que este “é falso”. Há, aliás, pistas que o denunciam, como a cor dos envelopes não ter o tom certo de verde, o papel não ser da mesma qualidade utilizada pelo Conselho Eleitoral do Condado de Bucks e os envelopes não terem endereço do remetente.
“Para nós, isto é desinformação com o objetivo de assustar os eleitores e dissuadi-los de utilizarem boletins de voto por correio ou votação a pedido que utilize o mesmo processo de voto por correio”, considera o Comité Republicano.
Também o Conselho Eleitoral do Condado de Bucks afirmou, em comunicado, que este “vídeo é falso” e isso torna-se evidente no “envelope e materiais retratados neste vídeo que claramente não são materiais autênticos pertencentes ou distribuídos pelo Conselho Eleitoral do Condado de Bucks”.
A autoridade eleitoral indicou ainda que “o vídeo foi denunciado às autoridades, incluindo o Gabinete do Procurador Distrital do Condado de Bucks, o Gabinete do Procurador-Geral da Pensilvânia e o FBI, bem como o Departamento de Estado da Pensilvânia”.
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