“Está mesmo a ficar caótico as condições de como as pessoas estão a viver”, lê-se numa publicação partilhada na quarta-feira na rede social X/Twitter, que considera que o “que aconteceu nos últimos anos é uma catástrofe social”, fazendo referência ao impacto da imigração no país.
A acompanhar tal consideração, surge um vídeo que aparenta mostrar um “acampamento” de imigrantes em plena cidade de Lisboa – mais concretamente, junto ao CNAIM – Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes, segundo pode ver-se nas imagens, que foram igualmente partilhadas pelo Chega no TikTok.
“Tem que se pensar rapidamente nas regras de imigração para que quem venha, venha com contratos e garantia de que tem como se acomodar dignamente”, considera ainda o autor da publicação.
Mas será que este vídeo ilustra, de facto, as condições em que muitos imigrantes têm pernoitado em plena cidade de Lisboa?
Primeiro que tudo, refira-se que o Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes (CNAIM) Lisboa localiza-se na Rua Álvaro Coutinho, 14, bem perto da Igreja de Nossa Senhora dos Anjos.
Segundo duas notícias (aqui e aqui) partilhadas em meados de abril pelo jornal Público, no largo da Igreja dos Anjos contabilizava-se, nesse altura, “cerca de uma centena de pessoas que têm pernoitado em tendas” no local “enquanto esperam respostas para os pedidos de regularização no país”. Na sequência dessa realidade, a Câmara Municipal de Lisboa teria iniciado uma operação, em conjunto com a PSP e a AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo), para identificar os indivíduos em causa.
Segundo revelou agora ao Polígrafo fonte oficial da Junta de Freguesia de Arroios, “essa situação da Igreja dos Anjos ainda se mantém” e está relacionada com a “ocupação da via pública por parte de cidadãos estrangeiros, alegadamente senegaleses e indianos”.
Trata-se de um “assunto que está a ser tratado diretamente pela AIMA e pela Câmara Municipal de Lisboa”, em colaboração com outras entidades, como a “Junta de Freguesia”, a “Santa Casa da Misericórdia” e a “Segurança Social”, acrescentou a mesma fonte, que garantiu que estão a tentar ser encontradas “soluções” para a “situação daquelas pessoas acampadas na via pública”. Porém, notou que este “é um caso para a AIMA responder”, tendo remetido esclarecimentos adicionais para esse organismo.
O Polígrafo pediu mais informação sobre o tema à AIMA, à Câmara Municipal de Lisboa e à PSP, mas não obteve resposta até à data de publicação do artigo. Ainda assim, confirma-se que o cenário retratado no vídeo apresentado é verdadeiro.
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Avaliação do Polígrafo: