“Alemanha. Uma mulher filmou, aterrorizada, do interior do seu domicílio, os últimos momentos antes de um jovenlandés [expressão utilizada em Espanha como referência a imigrantes, sobretudo africanos e magrebinos, que cometem crimes] partir a janela e entrar para a roubar e violar“, denuncia-se num tweet de 10 de agosto. “Não é um caso isolado. Todos os dias repete-se o mesmo na Europa. Como é que chegámos a isto?”
Em causa está um vídeo em que se parece ver um indivíduo negro a tentar abrir a janela de uma casa, até que decide mesmo partir o vidro e entrar à força. Mas será mesmo um “imigrante africano” (além da expressão jovenlandés, há outras partilhas do vídeo com referências explícitas a “imigrante” e “africano”) a invadir a casa de “uma mulher na Alemanha”? Ou a história está a ser mal contada nas redes sociais?
Através de ferramentas de análise verificamos que as imagens têm origem num vídeo publicado a 28 de julho no Facebook, com origem em Memphis, nos Estados Unidos da América (EUA) – e não na Alemanha.
Segundo apurou entretanto a plataforma “Maldita.es”, o indivíduo que partiu a janela era conhecido da proprietária da casa e já terá mesmo pago os estragos que provocou.
Aliás, no mesmo dia, a proprietária da casa também publicou outro vídeo em que acusa o mesmo indivíduo – seu conhecido – de lhe ter danificado o automóvel.
A história é estranha e não se compreende que tipo de relação é que têm os dois envolvidos. Mas é seguro concluir que o vídeo em causa não tem qualquer relação com um “imigrante africano” a tentar invadir a casa de uma mulher na Alemanha. Está a servir para propagar desinformação nas redes sociais, através de descrições falsas.
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Avaliação do Polígrafo:
