“Por que esses russos colocaram o seu país no meio das bases da NATO?” questiona, de forma irónica, o autor de uma publicação no Facebook de 27 de fevereiro, três dias após a invasão russa da Ucrânia. O post partilha ainda um mapa onde se observa, em destaque amarelo, a Rússia, rodeada de símbolos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) de vários tamanhos.
Publicações semelhantes foram encontradas pelo Polígrafo em vários idiomas e algumas remontam a 2018. No entanto, a maioria começou a ser partilhada no fim de janeiro de 2022.
Mas será o mapa autêntico? E os símbolos representam, de facto, bases da Aliança Atlântica?
O site oficial da NATO disponibiliza um mapa interativo onde é possível verificar os países aliados onde está presente: bases, operações e missões. No entanto, não correspondem ao mapa que tem sido partilhado nas redes sociais, onde surgem supostas bases em países que não pertencem à Aliança Atlântica, como Japão, Cazaquistão e Arábia Saudita; mas é omitida, por exemplo, a base de Bétera, Valência, em Espanha.
Fonte oficial da NATO também negou a autenticidade do mapa à Agência France-Presse. “O mapa está completamente errado e não representa as bases da NATO no mundo”, disse categoricamente.
Atualmente, a NATO tem 30 membros, sendo que os mais antigos remontam a 1949 (Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, França, Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal e Reino Unido), e o mais recente é a Macedónia do Norte (desde 2020).
No site, é explicado que a organização “dispõe de poucas forças permanentes próprias. Os membros contribuem com forças a título voluntário após concordarem, por consenso, o envolvimento numa operação. A NATO conta com uma estrutura de comando militar integrada, o que permite que a Aliança implemente decisões políticas com implicações militares”.
A NATO também tem várias parcerias com outros países a nível local ou global, mas estes países “não têm a mesma autoridade de decisão que os países membros”. Por outro lado, tem infraestruturas nos países membros mas não são necessariamente militares, como é o caso da sede, em Bruxelas.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é: