O primeiro jornal português
de Fact-Checking

Estacionamento prioritário para casais LGBT será obrigatório até 2024?

Sociedade
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
"Vagas de estacionamento prioritárias LGBT serão obrigatórias até 2024", realça-se no título de uma suposta notícia que está a ser partilhada nas redes sociais, levando a questionar: "Alguém me explica como é que eles vão fazer para saber se a pessoa faz parte do movimento LGBT?"

Vagas de estacionamento prioritárias LGBT serão obrigatórias até 2024. Supermercados e shoppings terão até ao próximo ano para se adequar ao novo modelo que serão adicionadas junto às vagas para idosos e deficientes físicos”, lê-se no destaque da notícia partilhada viralmente nas redes sociais, do Twitter ao Facebook, entre o Brasil e Portugal.

Numa das publicações questiona-se: “Alguém me explica como é que eles vão fazer para saber se a pessoa faz parte do movimento LGBT?”

O problema é que estamos perante uma notícia falsa.

O Polígrafo desmonta o embuste e ajuda a compreender a sua origem.

A notícia parte ter origem no portal brasileiro G1, do Grupo Globo, replicando o design gráfico. Mas consultando o portal não encontramos registo de tal notícia. E pesquisando em motores de busca pelo título da mesma também não encontramos qualquer indício da mesma. Afinal trata-se de uma montagem.

Mais, também não há registo ou indício da existência de um jornalista “José Mendes” com artigos publicados no G1. A sintaxe do texto também contém alguns erros que denunciam a falsificação.

Em causa está uma recente alteração introduzida no Dicionário Cambridge. Numa publicação no Facebook destaca-se que "no manicómio em que nos querem enjaular à força, esta é a nova definição de mulher: 'Um adulto que vive e se identifica como mulher, mesmo que tenha nascido com sexo diferente'".

No Brasil, vários vídeos e partilhas sugeriram que era o Governo de Lula da Silva que estaria a promover esta iniciativa: segundo a plataforma brasileira de fact-checkingAos Fatos“, porém, não existe “qualquer norma com teor semelhante publicada no DOU (Diário Oficial da União)”.

Além disso, uma pesquisa pelo termo “LGBT” no DOU resultou em “termos de fomento do Ministério dos Direitos Humanos que direcionaram verba de emendas parlamentares para a promoção de políticas públicas para formação profissional, empregabilidade e redução da violência contra essa população”. Não há nada sobre vagas de estacionamento.

__________________________

Avaliação do Polígrafo:

Partilhe este artigo
Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Relacionados

Em destaque