No dia 7 de fevereiro, em reunião plenária na Assembleia da República, o deputado Miguel Arruda (eleito pelo Chega, tendo passado a não inscrito após a revelação do caso das malas roubadas em aeroportos) levantou o braço direito para indicar o sentido de voto em relação a vários projetos de lei ou resolução, de uma forma (e ângulo de inclinação) que se assemelha à saudação fascista ou nazi. Repetido sucessivamente, o gesto não passou despercebido a Rui Tavares que interpelou a Mesa da Assembleia da República, alertando para o que estava a acontecer.
O líder do partido Livre denunciou que Arruda, pelo menos por duas vezes e “de forma consciente e deliberada”, votou “fazendo o gesto da saudação fascista, nazi ou romana“. Ao que o próprio Arruda respondeu depois com a seguinte justificação: “Estava só a sinalizar o meu sentido de voto desse modo. Há vários líderes a fazerem o mesmo, até de esquerda.”
“Ao menos ficará registado na Assembleia da República que quando alguém o viu não deixou passar em claro“, sublinhou Tavares, em declarações aos jornalistas, no final da reunião plenária.
Entretanto começou a ser partilhada nas redes sociais uma imagem em que Tavares surge a erguer o braço direito da mesma forma, no que parece ser um comício do Livre.
“Ave imperator, morituri te salutan. Somos todos fascistas, como se queria demonstrar”, comenta-se numa das publicações em causa, no Facebook.
O problema é que esta imagem é manipulada, não corresponde à realidade.
Na fotografia original, da autoria de Paulo Alexandrino (fotojornalista da Global Imagens) e publicada no “Jornal de Notícias” em março de 2024, Tavares aparece com o punho fechado.
Através de ferramentas de análise verificamos que essa fotografia foi adulterada, transformando o punho fechado em mão estendida, para simular uma saudação fascista que na verdade não aconteceu.
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