"Um vídeo mostra o que pode ter acontecido no incêndio no Hawaii, que deixou a cidade em cinzas. Terá sido um raio laser vindo do céu. A cidade foi alvo da chamada 'arma de energia direta' que causou mais de 100 mortes, tendo sido a pior dos últimos 100 anos nos Estados Unidos da América". O texto é o mesmo, mas as publicações são várias: foram partilhadas no Facebook, em inglês, espanhol e português, e somam já milhares de partilhas.

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É factual que, desde o dia 8 de agosto, uma série de incêndios assolou várias localidades do Hawaii, com maior foco e destruição na ilha de Maui. O número de mortes já ultrapassou a barreira dos 100 e havia mais de 2.200 edifícios danificados até ao dia 16 de agosto. Apesar das consequências nefastas destes incêndios, será verdade que estes tiveram origem na utilização de uma arma a laser, como se diz nas redes sociais?

Não. Uma pesquisa reversa pelas imagens (com recurso ao "Google" ou ao "Tineye") permite concluir que a foto remonta a pelo menos 16 de janeiro de 2018, altura em que foi publicada em resposta a uma publicação do jornal "The Canton Repository", no Facebook, a propósito de uma incêndio em Ohio, numa refinaria.

À "AFP", o autor da fotografia explicou que esta foi tirada em janeiro de 2018, em casa dos seus pais: "Originalmente vi o pilar de luz enquanto estava fora de casa. Parecia que havia um incêndio em cima da colina." Na verdade, a luz tinha origem na refinaria de petróleo "Marathon Oil". Os metadados das imagens fornecidas pelo autor da fotografia à "AFP" revelam que estas foram feitas na terça-feira, 16 de janeiro de 2018, às 19h50, nas coordenadas 40.742, -81358, em Canton, Ohio, a 5,8 quilómetros de distância da refinaria Marathon Petroleum.

As teorias conspiracionistas sobre estes incêndios têm ganho fôlego nas redes sociais, mas o que é certo é que, embora as autoridades não tenham identificado ainda o que desencadeou os incêndios de Maui, não há evidências do uso de armas de energia direta ou a laser no local.

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