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Epidemias de Covid-19, MERS e H1N1 coincidiram com instalação de redes 5G, 4G e 3G respetivamente?

Coronavírus
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Em publicação nas redes sociais apontam-se "factos e coincidências" no sentido de relacionar as epidemias de Covid-19 em 2019, MERS em 2012 e gripe A (H1N1) em 2009 com a suposta instalação de antenas das redes 5G, 4G e 3G respetivamente. Mais, até a gripe asiática da década de 1950 terá coincidido com o "início de antenas de televisão na China". Verificação de factos.

De acordo com a publicação em causa, a epidemia de Covid-19 terá coincidido com o “início de antenas 5G”, a MERS com o “início de antenas 4G”, a gripe A (H1N1) com o “início de antenas 3G”, a SARS com o “início de antenas 2G”, a gripe asiática com o “início de antenas de televisão na China” e a gripe espanhola com o “início das antenas de rádio na América e Europa”.

Vários utilizadores do Facebook denunciaram este conteúdo como sendo falso ou enganador.

Confirma-se?

Além de não encontrarmos qualquer indício de sustentação factual ou validade científica da propalada correlação entre as referidas epidemias ou pandemias e a instalação das referidas antenas de telecomunicações, o facto é que nem a suposta coincidência temporal, na maior parte dos casos, é verdadeira.

Por exemplo, a instalação da rede 4G começou em dezembro de 2009, nas cidades de Oslo (Noruega) e Estocolmo (Suécia). No ano seguinte já estava em pleno funcionamento nos Estados Unidos da América (EUA). O primeiro registo de infeção pelo coronavírus da síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS-CoV) data de 2012.

O mesmo se aplica à instalação da rede 3G que teve início em 2001, utilizada primeiramente na Europa, Japão e China. Em 2003 já tinha sido exponenciada à escala global. Ora, a pandemia de gripe A (H1N1) só ocorreu em 2009, quase uma década mais tarde.

Tal como o Polígrafo já sinalizou recentemente, a suposta ligação entre o novo coronavírus e a instalação da rede de telecomunicações 5G não passa de uma teoria de conspiração infundada. A qual já foi refutada por vários cientistas, tais como Simon Clarke, professor de microbiologia celular na Universidade de Reading, Reino Unido, que em declarações à BBC garantiu que a rede 5G ou as ondas de rádio e electromagnéticas não afetam o sistema imunitário dos humanos (outra variante muito propalada desta teoria de conspiração).

“A presente epidemia é causada por um vírus que é transmitido de uma pessoa infetada para outra. Nós sabemos que isto é verdade. Nós até temos o vírus a crescer no nosso laboratório, obtido a partir de uma pessoa com a doença. Os vírus e as ondas electromagnéticas que fazem funcionar os telemóveis e as ligações à Internet são coisas diferentes. Tão diferentes quanto giz e queijo”, explicou Simon Clarke.

Não obstante, algumas estações da rede 5G em postes telefónicos têm sido destruídas no Reino Unido. As autoridades indicam que esses ataques são motivados pelas teorias de conspiração em torno da tecnologia 5G que circulam nas redes sociais. Aliás, o mayor de Liverpool, Joe Anderson, revelou ter recebido ameaças por causa da instalação da rede 5G na cidade.

Embora ainda careça de estudos mais aprofundados sobre potenciais efeitos a médio/longo prazo, de acordo com o presente conhecimento científico sobre a tecnologia 5G, esta não prejudica a saúde dos humanos. Há vários estudos já realizados que apontam nesse sentido.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebookeste conteúdo é:

Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafoeste conteúdo é:

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