Ontem ao final da tarde a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho, deu uma entrevista à SIC Notícias, durante a qual considerou que o actual número de pessoas nesta situação é elevado, tendo em conta a magnitude do crescimento que se verificou nos últimos anos.
“É bastante, se considerar, não apenas que no último ano aumentaram 2500, mas que desde 2018 até 2023 – os dados que temos são a 31 de dezembro de 2023 – duplicaram. Este é que é o drama da situação”, afirmou. Tem razão?
De acordo com a síntese de resultados do “Inquérito de Caracterização das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo”, de 3 de outubro de 2024, havia no final do ano passado um total de 13.128 pessoas em situação de sem-abrigo em Portugal Continental (o estudo não apresenta números sobre a realidade nas Regiões Autónomas da Madeira e Açores).
Em dezembro de 2018, de facto, os resultados do mesmo inquérito davam conta de um número de pessoas em situação de sem-abrigo bastante inferior. Eram 6044. Um número que, em rigor, é menos de metade do atual (46%), o que dá ainda mais força ao argumento da ministra.
O aumento no número de pessoas em comparação com o inquérito do ano passado é também muito próximo do indicado pela ministra. Não são mais 2500 pessoas, mas sim 2355.
Pode concluir-se, portanto, que desde 2018 o número de pessoas em situação de sem-abrigo aumentou para um pouco mais do dobro.
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Avaliação do Polígrafo: