“É com muita tristeza que comunico aos funcionários públicos, de que haverá um ligeiro atraso no processamento e consequente pagamento de salários referentes ao mês de setembro, tudo devido ao processo Censo Geral da População 2024. Ou seja, a Função Pública só será paga a partir do próximo mês de outubro”, avisa-se neste post da rede social Facebook.
A publicação está a gerar imensas reações, sendo que alguns dos internautas já estão a fazer contas à vida.
Mas será verdade que o MINFIN vai atrasar as remunerações?
A resposta é categórica: não. Em resposta ao Polígrafo, a diretora do gabinete de comunicação institucional do Ministério das Finanças de Angola (MINFIN), Luísa Nascimento, garantiu que “a informação de atraso salarial no sector público não confere”, tendo aproveitado a ocasião para clarificar que o referido departamento ministerial – responsável pelo processamento salarial da Função Pública – comunica “através das páginas oficiais ou por via de um porta-voz indicado”.
Depois do Censo de 2014, este é o segundo Recenseamento Geral da População e Habitação realizado em Angola desde a sua independência. O Governo angolano investiu, como noticiou a “Forbes África Lusófona“, cerca de 30 mil milhões de kwanzas.
O Instituto Nacional Estatística assegura entretanto, através do seu diretor-geral José Calengi, estarem todas as condições reunidas para o arranque dessa mega-operação que envolve recenseadores, assistentes técnicos, logísticos e motoristas.
Embora este seja o segundo recenseamento populacional desde a independência do país, após o Censo Geral da População e Habitação de 2014, não é a primeira vez que no território angolano se procura realizar uma operação estatística de recolha de dados demográficos e habitacionais.
De acordo com a DW, a primeira tentativa para registar dados populacionais em Angola aconteceu há 254 anos – promulgado pelo ministro Martinho de Melo Castro, diplomata português, que encabeçara a pasta dos Negócios, da Marinha e dos Domínios Ultramarinos, do então Reino de Portugal.
A referida iniciativa de 21 de maio de 1770 permitiu obter uma estimativa da população categorizada por idade, sexo, nascimento e morte. E mais tarde, entre 1940 e 1970, foi realizado um recenseamento da população, tendo os dados oficiais indicado que em 1970, como sublinha a DW, Angola tinha mais de cinco milhões de habitantes.
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Avaliação do Polígrafo: