A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, defendeu que o “apagão” elétrico que afetou Portugal é mais uma prova de que é necessário nacionalizar setores estratégicos e cruciais. Durante a entrevista à “Júlia”, da SIC, a líder bloquista recordou que o Relatório Anual de Segurança fazia menção à ameaça de ter este tipo de empresas nas mãos de um estado estrangeiro.
“Antes disto [apagão elétrico] ter acontecido, tive debates com o André Ventura, por exemplo que me acusou de querer privatizar a REN e a EDP. Também tive debates com a Iniciativa Liberal e com o PS em que eu era a louca por queria fazer nacionalizações de setores estratégicos e a verdade é que é sensato fazê-lo. O relatório Anual de Segurança Interna (RASI) deste ano já apontava para a ameaça à segurança que é termos setores estratégicos que são tão vulneráveis“, disse Mariana Mortágua,
É verdade o que diz a bloquista sobre o RASI?
Sim. No documento relativo ao ano de 2024, existe capítulo intitulado “Análise à situação nacional” em que consta um parágrafo sobre o tema. No entanto, este não especifica os setores em causa nem sobre terem ou não sido alvo de privatizações.
Segundo o relatório, “a presença de operadores e fornecedores estrangeiros, considerados de risco, em infraestruturas críticas e setores estratégicos nacionais, mereceu avaliação preventiva de ameaças à segurança interna, considerando, igualmente neste contexto, a salvaguarda da segurança económica nacional”.
Não foi apenas nesta entrevista que coordenadora do Bloco de Esquerda recorreu ao RASI para justificar a importância de nacionalizar de setores como o da energia. No frente-a-frente com Rui Rocha e André Ventura, a bloquista chegou a fazê-lo após ser criticada pelos oponentes acerca das propostas do partido a respeito das nacionalizações.
Na interpretação de Mariana Mortágua, a nota do RASI sobre este assunto é relativa “à privatização da energia, vendida pelo PSD a empresas do Estado chinês”.
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