Um utilizador do Facebook queixou-se do preço da conta da água no município do Fundão, alegando que é mais elevada naquele concelho do que no resto do país. “Viver no Fundão não é para quem quer, mas para quem pode. Temos de ter uma carteira recheada para aqui viver. Temos a água mais cara de Portugal e a nossa Câmara nada faz sobre o assunto”, diz o autor do post no Facebook.
Mas será que é mesmo neste município que se verifica o valor mais elevado da conta da água em Portugal?
Um estudo da Deco Proteste publicado em novembro, cujos resultados foram partilhados por vários órgãos de comunicação como a SIC Notícias, distinguiu o “top 5” de concelhos com os preços da água mais altos para consumos de 120 m³ de água por ano ou de 180 m³ por ano.
No primeiro caso, de 120 m³/ano, os cinco concelhos com preços mais altos são Amarante, Oliveira de Azeméis, Ovar, Albergaria-a-Velha e Baião. No segundo caso, sim, o Fundão é apontado como tendo o preço mais elevado de todos: 776,74 euros. Seguem-se Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Amarante e Espinho.
Numa nota de esclarecimento enviada aos órgãos de comunicação social, a Câmara Municipal do Fundão explicou na altura que “no concelho do Fundão, dos 17.807 contratos de abastecimento de água apenas 258 correspondem a consumos superiores a 15 m³ [por mês], apenas 1,4%, ou seja, um pouco mais de 1% dos consumidores do Fundão são abrangidos por este patamar de consumos”. Famílias numerosas e com baixos rendimentos têm ainda descontos, como detalhou o autarca do município, Paulo Fernandes, citado pela SIC Notícias.
O Polígrafo tentou contactar a Câmara do Fundão mas não obteve respostas.
Assim sendo, é verdade que o Fundão tem os preços de água mais elevados do país, mas apenas para consumos de 180 m³ por ano. E, segundo a Câmara Municipal, só uma parte muito pequena da população tem consumos desta dimensão.
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Avaliação do Polígrafo: