Ontem à noite, em entrevista à SIC Notícias, André Ventura garantiu estar a trabalhar para obter o melhor resultado nas eleições legislativas. Assumindo-se como alternativa aos partidos que “inundam o país com corrupção”, o presidente do Chega revelou que não afasta a hipótese de ficar à frente da AD, uma vez que os portugueses estão atentos ao trabalho desenvolvido nos últimos cinco anos e às tentativas de sabotagem daqueles que “querem bloquear e isolar” o partido.
“Os eleitores veem a produtividade parlamentar, quem faz mais projetos e quem trabalha mais neles? O Chega. Quem apresenta Comissões Parlamentares em Inquérito? Quem trazia o caso das gémeas a investigação se não fosse o Chega? Quem é que levava estes interesses a investigação se não fosse o Chega? Ninguém!”, sublinhou ao ser questionado sobre a taxa de aprovação das propostas apresentadas. Será assim?
O Chega é de facto um dos partidos com mais iniciativas parlamentares apresentadas, mas não é o partido que surge em primeiro lugar na lista.
De acordo com dados arquivados no site da Assembleia da República, tanto nesta legislatura como na anterior, o Chega ficou ligeiramente atrás do PAN. Durante o Governo da AD, a diferença entre o Chega e o PAN foi de três propostas, com os partidos a apresentarem 251 e 254 iniciativas respetivamente (249 projetos e 2 inquéritos parlamentares contra 252 projetos, um pedido de comissão de inquérito e uma apreciação parlamentar do PAN). Já com o PS na chefia do Executivo, a diferença foi de quatro (386 face a 390).
Recuando à primeira legislatura em que o Chega participou – 2019 a 2022 -, com Ventura sozinho no Parlamento, o partido de extrema-direita apresentou 168 iniciativas, ficando atrás do Bloco de Esquerda (506), PCP (465), PAN (373), PSD (274) e PEV (227).
Conclui-se, assim, que durante as três legislaturas em que esteve presente o Chega não foi o partido com mais iniciativas apresentadas.
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