Várias páginas no Facebook partilharam, nos primeiros dias de dezembro, uma fotografia do Castelo de Guimarães acompanhado por uma descrição onde se lê: “Como?! O Castelo de Guimarães ia ser demolido mas foi salvo por 15 votos…”
Esta história é verdadeira?
Na página do Sistema de Informação para o Património Arquitectónico está disponível uma cronologia da história do Castelo de Guimarães. Na entrada referente ao ano 1836 lê-se que “um dos vereadores da Câmara Municipal de Guimarães propõe a total demolição do castelo, para uso da pedra na pavimentação de arruamentos, chegando a serem retiradas algumas pedras para a construção de ruas”.
A proposta foi apresentada durante uma sessão da Sociedade Patriótica Vimaranense – “associação criada para promover os interesses progressistas locais”, de acordo com a Direção-Geral do Património Cultural – no dia 31 de janeiro de 1836, como se pode confirmar no arquivo online da Casa de Sarmento, o Centro de Estudos do Património da Universidade do Minho.
A autoria da proposta demolição foi um sócio identificado simplesmente por “Costa” na página “Efeméride de 31-01-1836” do arquivo. “Costa ‘pediu que se exigisse também a demolição do Castelo para o dito fim, e até por ser uma cadeia bárbara que serviu no tempo da usurpação’”.
De acordo com o arquivo, “votaram a favor da demolição: Costa, Castro, Barão de Vila Pouca e José Correia [4 votos] e contra: Barroso, Souto, Basto, Ferreira Guimarães, Sampaio, Freitas Guimarães, vigário de Creixomil, Leite de Castro, vigário-geral, Arcediago, Lima, Vieira, Maia, Sá e Bandeira [15 votos]”.
É, portanto, verdade que a demolição do Castelo de Guimarães já foi proposta, acabando recusada por 15 votos. Aconteceu em 1836, há 192 anos.
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Avaliação do Polígrafo: