“Portugal é o 3.º país da UE (União Europeia) em que as pessoas mais confiam no Parlamento Europeu e o 4.º na Comissão Europeia.” Em causa está parte da legenda de uma publicação na rede social X/Twitter da Pordata, que levou a uma observação de um internauta, a 22 de setembro, sobre a elevada taxa de abstenção nas eleições europeias em Portugal.

“Confiam tanto que nem sequer 30% vota para o Parlamento Europeu”, referiu o autor da publicação citada. Trata-se de um número fundamentado?

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Olhando para dados do Parlamento Europeu, constata-se que nas últimas eleições para esta instituição europeia, em 2019, a taxa de participação eleitoral em Portugal - ou seja, de eleitores que decidiram votar - ascendeu aos 30,75%. Tratou-se do valor mais baixo neste indicador desde que o país aderiu à União Europeia, em 1986.

Em causa está uma percentagem que fica consideravelmente abaixo da referente à globalidade da UE (50,66%) e que se inclui no leque das cinco mais baixas entre os vários Estados-membros. Apenas Eslováquia (22,74%), Chéquia (28,72%), Eslovénia (28,89%) e Croácia (29,85%) revelaram níveis de participação inferiores na eleição desse ano. 

Por sua vez, dados da Pordata revelam que, desde 1999, a taxa de abstenção nas eleições europeias em Portugal tem vindo gradualmente a subir - dos 60,0% então registados aos 69,3% de 2019.

Concluindo, é impreciso dizer que, em Portugal, “nem sequer 30% vota para o Parlamento Europeu” quando nas últimas eleições para esta instituição a taxa de participação superou ligeiramente essa percentagem (30,75%). Acresce ainda o facto de esse ter sido o ano em que a abstenção foi mais expressiva no país, olhando para o seu histórico enquanto Estado-membro do bloco europeu.

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UE

Este artigo foi desenvolvido pelo Polígrafo no âmbito do projeto "EUROPA". O projeto foi cofinanciado pela União Europeia no âmbito do programa de subvenções do Parlamento Europeu no domínio da comunicação. O Parlamento Europeu não foi associado à sua preparação e não é de modo algum responsável pelos dados, informações ou pontos de vista expressos no contexto do projeto, nem está por eles vinculado, cabendo a responsabilidade dos mesmos, nos termos do direito aplicável, unicamente aos autores, às pessoas entrevistadas, aos editores ou aos difusores do programa. O Parlamento Europeu não pode, além disso, ser considerado responsável pelos prejuízos, diretos ou indiretos, que a realização do projeto possa causar.

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