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É verdade que “mais de 30% dos imigrantes” em Portugal “dizem viver em alojamentos sobrelotados”?

Sociedade
O que está em causa?
Numa publicação no Facebook recorda-se o "incêndio na Mouraria" em 2023 que acabou por revelar que "pelo menos 25 estrangeiros viviam em 50 metros quadrados". Serve de base à alegação de que "mais de 30% dos imigrantes (…) dizem viver em alojamentos sobrelotados". Confirma-se?
© Agência Lusa / António Cotrim

“Como viver em Portugal com salário mínimo? Em junho de 2023 após incêndio na Mouraria, Lisboa, soube-se que pelo menos 25 estrangeiros viviam em 50 metros quadrados“, começa por se realçar num post de 3 de junho no Facebook, exibindo uma imagem do que parece ser uma manifestação de imigrantes em Lisboa.

Posto isto, sublinha-se que “mais de 30% dos imigrantes a viver em Portugal dizem viver em alojamentos sobrelotados“. Chegando depois à conclusão de que “assim se vive com salário mínimo em Portugal”.

A alegação sobre a percentagem de imigrantes em alojamentos sobrelotados tem fundamento?

De acordo com a última edição do “Relatório Estatístico Anual – Indicadores de Integração de Imigrantes” (pode consultar aqui), elaborado pelo Observatório das Migrações, a taxa de estrangeiros em Portugal que residem em alojamentos sobrelotados foi de 19,1% em 2022. Registou-se um aumento de 1,2 pontos percentuais em relação a 2021, quando estava em 17,9%.

Apesar dessa subida, o facto é que permanece muito abaixo da média da União Europeia que em 2022 ascendeu a 28,3%, segundo dados do Eurostat. Neste indicador, a tabela é liderada pela Polónia (50,4%), Itália (47,8%), Grécia (46,1%) e Lituânia (43,7%).

Quanto à taxa de sobrelotação de nacionais, em Portugal foi de 7,9% em 2022, mais 1,8 pontos percentuais do que no ano anterior.

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Avaliação do Polígrafo:

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