Um “post” publicado no Facebook a 3 de julho garante que, em 2023, um total de “81.426 portugueses tiveram de emigrar para fugir à miséria do Portugal Socialista”. Um número que “nem no tempo de Salazar”, analisa a publicação. Será assim?
É verdade que, em 2023, 81.426 portugueses emigraram, conforme dados da Pordata, que incluem emigrantes permanentes e temporários.
No entanto, o número de emigrantes em 2023 (81.426) não supera os níveis de emigração durante os períodos mais intensos do Estado Novo. Por exemplo, em 1966, emigraram um total de 120.239 portugueses. Durante várias décadas do regime, especialmente nos anos 60, a emigração foi significativamente maior do que em anos recentes (por exemplo no triénio 1965, 1966 e 1967).
Assim, sendo certo que a emigração tem, nos últimos anos, voltado a subir, a verdade é que a afirmação de que emigraram mais portugueses em 2023 do que durante o Estado Novo é incorreta. Aliás, quer o triénio mencionado durante o Estado Novo quer o período do último resgate financeiro em Portugal são recordes difíceis de superar. Durante o período da Troika (2011-2014), a emigração foi ainda mais elevada. Em 2011, 100.978 pessoas deixaram Portugal e, em 2014, esse número aumentou para 134.624.
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