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É verdade que a vila de Ponte de Lima não quer ser elevada a cidade?

Sociedade
O que está em causa?
Pelas redes sociais, a vila do distrito de Viana do Castelo é apelidada como “a vila grande que não quer ser cidade pequena”. Mas será verdade?
© Hugo Delgado/Lusa

Em publicações recentes no Facebook, há vários utilizadores que alegam que a vila de Ponte de Lima não é uma cidade por vontade própria. Num post de setembro, por exemplo, Ponte de Lima é descrita como “a vila grande que não quer ser cidade pequena”. Num outro, de outubro, a descrição de uma foto da vila diz que se trata da “vila mais antiga de Portugal, que não quer ser cidade”. Será verdade que Ponte de Lima não quer mesmo ser elevada a cidade?

Para poder ser elevada à categoria de cidade, uma vila tem de ter, segundo a lei n.º24/2024 de 20 de fevereiro, “mais de 9000 eleitores, em aglomerado populacional contínuo, e que correspondam a núcleos de urbanização intensa”, bem como pelo menos dois terços de uma lista de 18 instituições ou serviços, que incluem escolas de ensino superior ou secundário, estádios, corporações de bombeiros, serviços hospitalares, serviços públicos de administração central ou local, cobertura por rede de transportes públicos coletivos, entre outros.

De acordo com o Gabinete de Estratégia e Estudos do Governo, o município de Ponte de Lima tinha em 2023, 41.130 habitantes, muito mais do que o limite mínimo exigido para elevar uma vila a cidade. Também cumpre a quota dos 12 de 18 serviços ou instituições exigidos, como se pode verificar no site da Câmara Municipal de Ponte de Lima.

No entanto, é mesmo verdade que Ponte de Lima não quer ser cidade. E não é de agora. Há 24 anos, num texto chamado “Ponte de Lima, vila rica da humanidade”, publicado num boletim municipal, era Daniel Campelo – à data o Presidente da Câmara Municipal – que o afirmava: ” Sem dúvida que nos últimos anos foram dados passos muito seguros e positivos no sentido da requalificação urbana de Ponte de Lima, tendo-se chamado a atenção do País para o grande valor cultural e económico que representa o casco histórico da Vila que não quer ser cidade“.

Atualmente, a posição mantém-se. Ao Jornal de Notícias, Vasco Ferraz, defendeu que não há vantagens para o município passar a ser cidade. “Mais vale uma vila grande do que uma cidade pequena”, disse ao jornal diário.

Ao Polígrafo, o autarca explicou que nunca houve uma “recusa” formal de elevação a cidade, mas também a autarquia nunca se propôs a tal. Apesar de recentemente se ter voltado a falar, nas redes sociais, sobre a posição de Ponte de Lima em querer continuar a ser uma vila, tal não significa que tenha havido qualquer ação recente sobre a situação. Recentemente não recusámos. Convém recordar que também ninguém o propôs. Por outro lado, o Município também não se propôs a tal”, explicou por e-mail a autarquia.

Assim sendo, é verdade que Ponte de Lima é uma vila que não quer ser cidade, posição que se mantém há décadas. 

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Avaliação do Polígrafo:

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