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“É o único sério”. Graça Machel apoia Venâncio Mondlane nas eleições para a Presidência de Moçambique?

Internacional
O que está em causa?
De acordo com uma suposta "notícia" que está a circular nas redes sociais, a antiga primeira-dama de Moçambique terá expressado numa entrevista o seu apoio a Venâncio Mondlane, ex-deputado da Renamo, candidato independente (apoiado pela CAD) à Presidência da República. Verdade ou mentira?
© Agência Lusa / António Silva

O rumor teve origem num blog e daí saltou para as redes sociais, no contexto da campanha para as Eleições Gerais de Moçambique que se realizarão no dia 9 de outubro.

A antiga primeira-dama de Moçambique, durante a Presidência de Samora Machel (1975-1986), que posteriormente casou com Nelson Mandela (o primeiro Presidente negro e pós-“Apartheid” na África do Sul), terá expressado o seu apoio a Venâncio Mondlane, ex-deputado da Renamo e candidato independente (apoiado pela CAD) à Presidência da República de Moçambique.

No título do texto, em forma de aparente “notícia”, destaca-se: “‘Venâncio Mondlane é o único sério‘, afirma Graça Machel e apela aos moçambicanos para tomarem decisões.”

“Graça Machel concluiu com um apelo directo aos moçambicanos: ‘Chegou a hora de lembrar que o povo é o patrão. Vamos desmantelar o medo e tomar decisões corajosas.’ Em contraste, Venâncio Mondlane, um dos candidatos da oposição, é visto por Machel como o único sério e capaz de liderar uma mudança verdadeira para o país, ganhando apoio em massa na sua campanha”, realça-se.

Mas esta notícia é falsa. Machel não proferiu tais declarações, nem expressou o seu apoio a Mondlane.

A própria Machel emitiu um comunicado no dia 5 de setembro, difundido nos órgãos de comunicação social, a garantir que não concedeu “qualquer tipo de entrevista à Mozaline, pelo que o texto em alusão (fake news) não passa de um expediente eleitoralista para confundir os cidadãos”.

“Esta informação é totalmente falsa” e “resulta de uma invenção de pessoas de má-fé com o objectivo de manipular a opinião pública”, sublinhou a antiga primeira-dama de Moçambique (e África do Sul).

Além de desmentir o apoio a Mondlane, também revela que continua a ser membro do partido Frelimo, no que parece ser um apoio tácito ao respectivo candidato Daniel Chapo. “Sou uma pessoa de princípios e, ao mesmo nos momentos mais difíceis da vida política, assumi-me como membro do partido Frelimo, guiando-me, até hoje, pelos seus mais nobres valores”, concluiu Machel.

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Avaliação do Polígrafo:

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