A propósito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se celebra todos os anos a 25 de novembro, um utilizador do Facebook escreveu numa publicação que “Lisboa é o distrito com mais mulheres vítimas de crimes de violência doméstica. “Quase metade dos agressores (47,3%) têm uma relação íntima com a vítima, sendo que em alguns casos são os próprios pais/mães (7,6%) ou filho(a) da vítima”, completa o utilizador.
No último dia 20 de novembro, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) divulgou uma série de estatísticas acerca do número de vítimas de violência doméstica do sexo feminino entre 2022 e 2023. Das 23.808 vítimas que foram apoiadas pela APAV, 5.327 residiam no distrito de Lisboa. Este número absoluto é, efetivamente, tal como indicava a publicação de Facebook, mais elevado do que o que se verificou em todos os outros distritos. Em segundo lugar surge o distrito de Faro, com 4.060 vítimas, seguido pelo Porto, onde se registaram 3.270 vítimas de violência doméstica do sexo feminino.
Os distritos onde se registaram menos casos, em números absolutos, foram a Guarda (65), Bragança (75) e Beja (91).
Se analisarmos o número de vítimas do sexo feminino em proporção ao número total de pessoas que residem em cada distrito (de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) compilados pelo Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia), os resultados são ligeiramente diferentes. Faro apresenta uma média de 84 vítimas do sexo feminino por cada 1000 habitantes, o número mais alto. Seguem-se os distritos de Portalegre e Vila Real, ambos com cerca de 39 vítimas do sexo feminino por cada 1000 habitantes.
Ou seja, em termos absolutos, é verdade que Lisboa é o distrito onde se registou o maior número de vítimas de violência doméstica do sexo feminino. Mas, se analisarmos os números em proporção ao número de habitantes no distrito, foi em Faro onde se registou o maior número.
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