O símbolo do Bloco de Esquerda no topo da imagem do vídeo que está a ser partilhado viralmente nas redes sociais, com epicentro no X/Twitter, leva muitos ao engano de pensar que a protagonista será uma militante do partido. A qual não se lembra de nada que tenha feito na vida, motivando uma série de comentários jocosos.
“Os meus pais são os meus maiores mestres kármicos. E por isso tudo é motivo para agradecer”, começa por dizer.
Questionada sobre “o que faz na vida”, se “tirou algum curso universitário”, responde assim: “Dizer que estudei Relações Internacionais. E à época tinha até intenção de me candidatar a um estágio na sede da ONU [Organização das Nações Unidas]. Só que depois, mudar de amigos, de país… Deixar assim de repente a minha família, parecia-me assim um bocadinho abrupto.”
Para depois concluir: “Até porque o país onde tu encarnas foi escolhido pela alma e não é à toa que eu sou portuguesa. Por isso, comecei a sentir que o meu propósito passava por me manter cá e fiquei. E abracei o flow do momento e… O que é que depois eu fiz?
Mas será que este vídeo é real? E tem alguma relação com o Bloco de Esquerda?
Não. Através de ferramentas de análise identificamos a origem das imagens no arquivo de vídeos (no YouTube) de um podcast intitulado como “Não disfarces”.
Esses vídeos são protagonizados pela atriz Maria Clementina, autora do podcast no qual representa várias personagens fictícias: Felismina Perfeito, Paula Carinho, Joana Máximo, Sofia Mestre, Bebita, Mel Morango, Leonilde Fortes e Aura Sereno.
“Em cada episódio, Maria vai dar corpo e voz a dois tipos de personalidade do Eneagrama (aparentemente opostos entre si), em contracena com Vítor Costa, coach e facilitador deste sistema de conhecimento milenar e ferramenta de desenvolvimento pessoal. Uma viagem pelo Eneagrama, à descoberta de nove motivações internas distintas, partindo das nossas neuroses mais primárias até às nossas virtudes mais elevadas”, descreve-se no respetivo canal no YouTube.
O vídeo que está a ser difundido nas redes sociais foi replicado a partir deste podcast, um breve excerto de um dos episódios, além de terem sido inseridos elementos como o símbolo do Bloco de Esquerda e frases como “junta-se ao Bloco” sobre as imagens.
O conteúdo original é claramente ficcional, de paródia, mas está a ser manipulado nas redes sociais para enganar os mais incautos. Na verdade não tem qualquer relação com o Bloco de Esquerda.
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Avaliação do Polígrafo:
