“O PRR deu mais de 1 milhão de euros à Prozis? Se sim, para quê? Se o Milhão Miguel ‘não estava a administrar na altura’, então não se candidatou, não tem destino para o investimento e deve devolver o valor?”; “O Miguel Milhão não sabe como funcionam os fundos europeus. Mas a Prozis sacou mais de 1 milhão e 300 mil ao PRR na mesma”; “Pessoas em situação de violência doméstica, com sorte, conseguem pedir um subsidio de 160 euros para reconstruir a sua vida. Foram executados 90.000 euros em 2 anos, entre 2020 e 2022. A Prozis recebeu 19,2 milhões de euros em fundos públicos desde 2022”. Estes “tweets”, partilhados nos últimos dias, reagem à presença de Miguel Milhão, CEO da Prozis, num anúncio de televisão com propaganda anti-aborto.
Desde que o também YouTuber surgiu nos três canais generalistas a celebrar o “dia da fecundação”, o seu nome multiplicou-se nas redes sociais, com críticas aos seus posicionamentos, mas também às suas incoerências. Por exemplo, em 2022, depois de congratular os Estados Unidos da América pela reversão nas leis do aborto, Milhão reuniu milhares de pessoas numa live para dizer o seguinte: “Não sabia que o pessoal ia ser tão agressivo. Eu não vivo aqui, não tenho nada a ver com Portugal, não preciso de Portugal e não preciso da Prozis.”
Mas será que o dono da empresa de suplementação desportiva concorreu a fundos do PRR e conseguiu garantir com isso mais de um milhão de euros?
Sim. Apesar de ainda só ter recebido 684,3 mil euros, a Prozis deverá encaixar, até 2026, um total de 1,2 milhões de euros num projeto designado “embalagem do Futuro | + ecológica + digital + inclusiva”, que prevê a “produção/fabrico e comercialização à escala global de soluções de embalagem mais ecológicas, mais digitais e mais inclusivas, que se materializem em, pelo menos 20 novos produtos/serviços”. A ideia é conseguir “mais de uma dezena de novas linhas produtivas que combinam tecnologias inovadoras para a produção de embalagens sustentáveis e em novos processos a adotar na cadeia de valor do setor das Embalagens, desde as matérias primas, design de produto engenharia, moldes e ferramentas, processamento e fabrico, sistemas de informação e transição digital, marketing social, recolha e reciclagem”.
A Prozis não é a única beneficiária de um financiamento disponível de 57,49 milhões de euros, mas é a 12.ª empresa melhor paga. O Instituto Politécnico de Leiria é quem tem a maior fatia de financiamento, com 5,51 milhões de euros atribuídos.
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