Numa publicação no Facebook começa por se defender que o "óxido de grafeno é tóxico e mortal para o ser humano". Alega-se que a Food and Drug Administration (FDA), a agência norte-americana responsável pela proteção da saúde pública, confirmou que "o óxido de grafeno está nas vacinas Covid-19 'mRNA' depois de ser forçado a divulgar documentos confidenciais da Pfizer por ordem do Tribunal Federal dos EUA".

A informação é verdadeira?

O grafeno e o seu derivado, o óxido de grafeno, são nanomateriais à base de carbono que têm sido objeto de várias teorias da conspiração desde abril de 2021. Já se defendeu que estavam presentes nos testes de PCR de deteção de Covid-19, bem como nas vacinas contra a doença.

Relativamente à alegação do post, também é falso que a Pfizer tenha reconhecido que as suas vacinas contra a Covid-19 contêm óxido de grafeno. A plataforma de verificação da AFP consultou um porta-voz da empresa farmacêutica em março de 2023, que afirmou por e-mail: "Confirmamos que o óxido de grafeno não é usado na fabricação da vacina Pfizer-BioNTech COVID-19; pode encontrar a lista completa de ingredientes aqui." As informações sobre a composição das vacinas que fabrica também são divulgadas no site da Pfizer e não há sinal do grafeno.

Mas de onde surgiu a alegação a ser difundida nas redes sociais? As publicações apontam a presença do termo "óxido de grafeno" na página 7 do documento "Structural and biophysical Caracterization of peak glycoprotein SARS- CoV-2 (P2 S) as a Vaccine Antigen". No entanto, especialistas explicaram à AFP que esta menção não tem relação com os componentes das vacinas, mas sim a uma técnica de estudo do vírus SARS-CoV-2.

O doutor uruguaio em ciências biológicas e virologista Santiago Mirazo esclareceu à agência noticiosa que neste fragmento específico o que o documento detalha é uma metodologia amplamente utilizada na biologia, biofísica e bioquímica: a crio-eletromicroscopia. "Nesse caso, foi aplicada para determinar a estrutura da proteína S, ou spike que permite que o SARS-CoV-2 adira e entre numa célula hospedeira", explica-se no artigo.

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