"Uma síntese muito breve". A descrição é redundante e o "post" também não é novo: em fevereiro do ano passado, nas redes sociais, já se questionava se, tal como mostra o gráfico divulgado no Facebook, António Costa seria mesmo o governante que acumulou o maior crescimento da dívida pública. Os concorrentes diretos, José Sócrates e António Guterres, não se aproximavam sequer dos mais de 260 mil milhões de dívida pública acumulada em cinco anos de Costa. O Polígrafo atualiza estes números.

Para começar, dos três valores apresentados apenas o de Costa é (quase) rigoroso: a dívida pública portuguesa era, em abril deste ano, de 279.967 milhões de euros, de acordo com as estatísticas do Banco de Portugal.

Quanto aos valores indicados para Guterres e Sócrates, estes mais uma vez não se aproximam dos corretos, quer tenham sido apresentados como valor total da dívida pública no momento em que cessaram as funções de primeiro-ministro quer digam respeito ao parcial de dívida acumulada durante os respetivos mandatos. O Banco de Portugal disponibiliza os dados sobre a evolução da dívida pública a partir de dezembro de 1995. Desde então e até ao presente, Portugal foi sempre governado por PS ou PSD (em coligação com o CDS-PP).

Desde logo, é falso que Guterres tenha conseguido, entre 1995 e março de 2002, quando cessou funções, uma dívida pública inferior a 50 mil milhões de euros. Nesse período, este indicador aumentou 40,4%, uma subida recordista apenas superada pela de José Sócrates.

No cargo de primeiro-ministro, Sócrates conseguiu, entre abril de 2005 e junho de 2011, alcançar recordes quer na dívida em valor nominal quer na dívida em percentagem do PIB (em ambos os casos, valores absolutos e relativos): cerca de 98 mil milhões de euros (+94,4% do que o valor deixado pelo seu antecessor) e 45,2 pontos percentuais do PIB (reforço de 67% do endividamento em relação à produção).

Concluindo: o "post" em análise apresenta números imprecisos sobre a dívida pública durante as governações de António Guterres, José Sócrates e António Costa, o que leva a conclusões também elas pouco precisas sobre os diferentes períodos da governação socialista.

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Avaliação do Polígrafo:

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