“Milhões de portugueses com o dia arruinado. O caos da greve na CP. Uma greve para manipular as eleições”; “O maior evento organizado pelo PCP para esta campanha eleitoral é a greve da CP”; “Esta greve da CP cheira a PCP. O que eles querem que seja decidido com um Governo de gestão e eleições para a semana”. A sustentar estas críticas partilhadas no X, duas imagens distintas de José Manuel Oliveira: a primeira em declarações aos jornalistas, enquanto representante da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans); e a segunda enquanto candidato número 9 na lista da CDU por Lisboa às eleições legislativas.
Esta partilha surge, no entanto, descontextualizada: José Manuel Oliveira não consta da lista de candidatos da CDU por Lisboa para as legislativas de 18 de maio. E já nem sequer aparece nos apoiantes mencionados pelo partido, apesar de se manter ligado aos comunistas (como se pode ver, por exemplo, nas partilhas de Facebook).
A sua candidatura aconteceu em 2022 e 2019, quando Jerónimo de Sousa ainda encabeçava a lista do círculo eleitoral de Lisboa. O “eletricista na CP”, na altura com 63 e 61 anos, respetivamente, era o número 9 e não chegou a ser eleito. O histórico sindicalista está na coordenação da Fectrans desde dezembro de 2011 e sucedeu a Vítor Pereira.
Recorde-se que a circulação de comboios está parada em todo o país desde 7 de maio e prevê-se que esta greve dos trabalhadores da CP se prolongue até dia 14. À Fectrans juntou-se, durante dois dias, uma paralisação convocada pelo Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) e ainda, até 14 de maio, o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI). O Tribunal arbitral definiu esta manhã serviços mínimos de 25% para esta greve já a partir de domingo.
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