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Dicionário mudou definição de “mulher” para “adulto que se identifica” como tal mesmo tendo “nascido com sexo diferente”?

Sociedade
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Em causa está uma recente alteração introduzida no Dicionário Cambridge. Numa publicação no Facebook destaca-se que "no manicómio em que nos querem enjaular à força, esta é a nova definição de mulher: 'Um adulto que vive e se identifica como mulher, mesmo que tenha nascido com sexo diferente'".

“No manicómio em que nos querem enjaular à força, esta é a nova definição de mulher: ‘Um adulto que vive e se identifica como mulher, mesmo que tenha nascido com sexo diferente‘. Isto não é apenas um problema dos ingleses e do seu Dicionário de Cambridge… Talvez não saiba que esta ideologia também está a ser ensinada aos seus filhos ou netos nas escolas portuguesas”, alerta-se em recente publicação no Facebook, enviada ao Polígrafo com pedido de verificação de factos.

Exibe a imagem de um tweet no qual se destaca (em língua inglesa) que “o Dicionário Cambridge acaba de lançar uma nova definição de ‘mulher'”, como “um adulto que vive e se identifica como mulher, embora possa dizer-se que teve um sexo diferente no nascimento“.

No dia 13 de dezembro de 2022, o jornal britânico “The Telegraph” noticiou que o Dicionário Cambridge tinha atualizado a sua definição demulher“, passando a indicar que “uma mulher também pode ser um adulto que vive e se identifica como mulher, embora possa ter tido um sexo diferente no nascimento“.

A alteração foi introduzida na versão online do Dicionário Cambridge (pode consultar aqui) e visa incluir as pessoas transgénero, apresentando nesse âmbito os seguintes exemplos de utilização da palavra “mulher” (tradução livre a partir do original em língua inglesa):

“Ela foi a primeira mulher trans eleita para um cargo nacional”;

“Maria é uma mulher que foi designada como homem ao nascer”.

“Os editores do Dicionário Cambridge introduziram as mudanças depois de terem estudado padrões de utilização da palavramulher‘ na sociedade em geral e concluíram que a nova definição é algo que os estudantes de língua inglesa ‘devem conhecer‘”, sublinha-se no artigo do jornal “The Telegraph”.

A atualização da definição foi efetuada em outubro deste ano e, aliás, não é algo inédito: em julho, o dicionário norte-americano Merriam-Webster já tinha lançado uma definição suplementar de “mulher”, passando a incluir o significado de “ter uma identidade de género que é o oposto do masculino“.

No que respeita ao Dicionário Cambridge, importa sublinhar, também é uma definição suplementar. O facto é que a definição primária – mais antiga e corrente – permanece inalterada: “Um ser humano feminino adulto.”

Rapazes a brincar com bonecas e raparigas com carros, invertendo as mais tradicionais representações de género? Sim, além da neutralização das cores (azul e cor-de-rosa deixam de ser exclusivos de um e outro género) e dos utensílios de limpeza doméstica (idem), entre outros exemplos patentes num folheto de publicidade do Lidl que está a ser destacado - por entre aplausos e críticas - nas redes sociais.

Outro elemento a ter em consideração é que o Dicionário Cambridge também atualizou a definição de “homem”, utilizando a mesma fórmula: “Um adulto que vive e se identifica como homem, embora possa ter tido um sexo diferente no nascimento“.

Em declarações ao referido jornal britânico, uma porta-voz do Dicionário Cambridge explicou que “os editores analisaram cuidadosamente os padrões de utilização da palavra ‘mulher’ e concluíram que essa definição é algo que os estudantes de língua inglesa devem conhecer, para ajudar na sua compreensão de como o idioma é utilizado”.

“Os nossos dicionários são escritos para estudantes de língua inglesa e são projetados para ajudar os utilizadores a entender o idioma tal como é utilizado correntemente. Atualizamos regularmente o nosso dicionário para refletir as mudanças“, salientou.

Em suma, a publicação em causa simplifica o que está em causa e oculta informação relevante, dando aliás a entender que a definição mais corrente de “mulher” foi alterada ou eliminada, o que não é verdade. Trata-se meramente de uma definição suplementar e também foi aplicada à palavra “homem”.

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Avaliação do Polígrafo:

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