“Um cidadão britânico solicitou ao Departamento da Saúde e da Assistência Social do Reino Unido para lhe darem prova científica da existência de um vírus chamado SARS-CoV-2. Eles afirmaram que o departamento não possui nenhuma informação acerca do isolamento do vírus SARS-CoV-2. Por outras palavras, não existe. […] Isto vai ao encontro do que o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA admitiu recentemente – que não isolaram o vírus SARS-CoV-2”, alega-se no vídeo, atribuindo o testemunho a “Gemma O’Doherty – jornalista de investigação” que assim “expõe a fraude pandémica”.
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A mulher que surge nas imagens afirma também que “não há provas de que as máscaras previnam infeções” ou que “não causem privação de oxigénio” quando são utilizadas.
Confirma-se?
De acordo com um artigo disponível na página do CDC dos EUA, intitulado como “Cultura Viral do SARS-CoV-2 no CDC”, o facto é que o novo coronavírus “foi isolado em laboratório e está disponível para investigações por parte da comunidade médica e científica”.
No artigo salienta-se que “uma forma importante de o CDC apoiar os esforços globais e aprender sobre o SARS-CoV-2 em laboratório foi cultivando o vírus em cultura de células e garantindo que estivesse disponível”. O novo coronavírus foi isolado pela primeira vez em laboratório, nos EUA, a 20 de janeiro, altura em que foi reportado o primeiro paciente infetado com Covid-19 nesse país.
Anteriormente já tinha sido isolado na China, a 7 de janeiro, pouco tempo depois da deteção do surto inicial, em meados de dezembro de 2019. Em Portugal, o Sars-CoV-2 foi isolado em laboratório no mês de abril, por três investigadoras do Instituto de Medicina Molecular, coordenadas pelo virologista Pedro Simas.
Quanto aos efeitos negativos da utilização de máscara, Tiago Alfaro, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e professor de Pneumologia na Universidade de Coimbra, explica que “há estudos que abordam a possibilidade de haver uma redução do oxigénio ou aumento do CO2“, mas não foi encontrada qualquer relação entre os dois fatores.
“Aquilo que se encontrou é que, especialmente nas máscaras P2, dão alguma dor de cabeça, principalmente quando se utiliza óculos – quando estão apertados ou quando utilizamos muitas horas”, assegura. De acordo com o especialista, “o que acontece é desconforto, não é propriamente redução de oxigénio e elevação de CO2“.
Por sua vez, Celso Cunha, professor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, aponta no mesmo sentido. “Quando respiramos, com ou sem máscara, o dióxido de carbono [CO2] e outros gases são expelidos e a quantidade que é reinalada é negligenciável porque a máscara deixa espaço para o ar sair“, sublinha. E indica um exemplo prático: “Os óculos podem ficar embaciados devido ao ar quente dos pulmões que é expelido“.
Também o virologista Tiago Marques defende que a quantidade de CO2 retida pela máscara “é muito insuficiente“. Remetendo para as epidemias de síndrome respiratória aguda grave (SARS) no passado, o especialista salienta, por exemplo, que a utilização de máscaras N95 pelos profissionais de Saúde por períodos prolongados foi “associado a cefaleias, dores de cabeça, mas não mais do que isso“.
Relativamente à prevenção de infeções, Celso Cunha admite que “as máscaras não protegem completamente contra o contágio pelo SARS-Cov-2 ou outro qualquer vírus respiratório”. Mas assegura que a utilização de máscara “reduz muito a probabilidade de alguém ser infetado com quantidades de vírus [cargas virais] suficientes para causar doença, devido ao facto de muitas partículas virais ficarem retidas no exterior da máscara“.
O virologista sublinha também a importância do “correto manuseamento da máscara” e da “higienização das mãos quando esta é manipulada”. A utilização de máscara, conclui, “é essencial juntamente com a ainda mais essencial medida de manutenção de distanciamento social e redução de contactos de proximidade”.
No dia 5 de junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que “para prevenir efetivamente a propagação da Covid-19 em áreas com transmissão comunitária, os governos devem incentivar o público a utilizar máscaras em situações e configurações específicas, como parte de uma abordagem abrangente para travar a transmissão do vírus SARS-CoV-2″.
No seguimento dessa recomendação, a OMS divulgou uma lista atualizada de regras e recomendações relacionadas com a utilização de máscaras, nomeadamente a troca regular e a lavagem frequente de máscaras descartáveis.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
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Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
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