Os primeiros 13 meses de mandato de André Villas-Boas (tomou posse como presidente do clube a 7 de maio e presidente da SAD a 28 do mesmo mês) têm deixado o novo presidente portista embaraçado pelos resultados nos estádios/pavilhões.
Ontem (segundo a hora local), na inauguração da nova casa do FC Porto de Nova Jérsia, no discurso que dirigiu aos sócios e simpatizantes portistas, André Villas-Boas não poupou na formulação sobre o desaire na 2.ª jornada do Mundial de Clubes (derrota frente ao Inter Miami) – estou presente aqui com vocês com alguma tristeza pela última derrota que sofremos neste Mundial de Clubes, uma derrota que nos deve envergonhar – e também não deixou de lamentar a prestação do clube na competição e até na própria época – “Não tem sido fácil este torneio para nós, como vocês podem calcular. Infelizmente, não estivemos à altura das expetativas do FC Porto. (…) é um percurso que eu não queria nada ter neste Mundial de Clubes, e a exigência do FC Porto não é esta. Este é um virar de página absoluto para a próxima época.”
Esta foi a única vez que o Villas-Boas se mostrou envergonhado e/ou pediu desculpa pelo desempenho das várias equipas do FC Porto?
Não. A 23 janeiro, após a derrota em casa com o Olympiakos para a Liga Europa (a 4.ª consecutiva), na sala de imprensa do Estádio do Dragão, o presidente portista afirmou:
“Quero pedir desculpa à massa associativa do FC Porto, segue-se novamente um período de quatro jogos sem ganhar, todos na mesma época desportiva, é um momento difícil para o clube que nos leva até há 60 anos. É um momento difícil de compreender e aceitar, por isso quero pedir desculpa à massa associativa que muito nos tem apoiado nesta tentativa de inverter a tendência de resultados. (…) Não chegou [a vitória] hoje por pequenos detalhes, sem dúvida de que houve mais compromisso da equipa, mas ficámos curtos e temos de lamentar este mau momento, focarmo-nos no trabalho e pedir desculpa a esta massa associativa que não merece passar por este momento.”
No final de março, na entrevista que concedeu ao JN/O Jogo, em jeito de balanço da época desportiva no futebol, Villas-Boas disse:
“Na cabeça dos associados – na maior parte deles, pelo menos – é o desportivo que conta, sendo que eu vou caminhando na rua com alguma vergonha, uma vergonha que me abraça pela parte do desportivo, porque sou portista e custa-me ver a equipa no 3.º lugar (…)”.
Na mesma entrevista, o presidente portista foi implacável sobre a derrota que a equipa de hóquei patins tinha sofrido dias antes no Pavilhão da Luz (6-0):
“Fomos eliminados da Taça e tivemos esta semana uma derrota vergonhosa e lamentável com o Benfica, indecorosa a todos os níveis. Falei com os jogadores, que me entregaram o título no ano passado, cujo prémio foi um churrasco na minha casa do Gerês e com quem tenho uma relação especial. Fiquei profundamente desiludido. Não duvido que são capazes de nos entregar o título na mesma, seja na Liga dos Campeões, seja também no Campeonato, mas não posso deixar de sentir-me envergonhado pela derrota histórica na Luz.”
Deste modo, é verdadeiro que esta é a 4.ª vez que, em cerca de um ano, o presidente portista pede desculpa ou se diz envergonhado pelo desempenho desportivo das suas equipas.
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Avaliação do Polígrafo Futebol: