"Menina ucraniana enfrenta sozinha um soldado russo. 'Deixa o meu país em paz', entre outras palavras proferidas pela valente menina", descreve-se num dos muitos e recentes posts que difundem o vídeo em causa.

Do que se consegue ouvir do diálogo, não parece que a rapariga e o soldado estejam a falar em língua ucraniana ou russa. O cenário também não aparenta corresponder ao presente Inverno na Ucrânia. E quer o soldado, quer o veículo militar (ao fundo das imagens) não têm qualquer sinal de identificação da Federação Russa, ou de qualquer outro país.

Na realidade, o vídeo em causa surgiu na plataforma YouTube em 2012, com a seguinte descrição:

"Menina palestiniana (Ahed Al Tamimi) pedindo a soldados israelitas que libertem o seu irmão (15 anos) que foi preso há alguns minutos."

Por outro lado, no rodapé das imagens é visível "o logótipo do meio de comunicação Raya FM, uma rádio palestiniana. Uma consulta ao seu site demonstrou que o episódio viralizado foi noticiado pela primeira vez em 2 de novembro de 2012, detalhando que a cena aconteceu na povoação de Nabi Saleh, na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967", apurou a AFP Checamos.

Aliás, o incidente foi registado, nesse mesmo dia 2 de novembro de 2012, por um fotógrafo da AFP destacado em Nabi Saleh (pode ver aqui).

"Naquela época, a imagem em que Tamimi enfrenta o soldado foi amplamente difundida por veículos de comunicação e a levou a receber o prémio Handala de coragem na Turquia, onde também foi recebida pelo então primeiro-ministro e hoje presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan", recorda a mesma plataforma de verificação de factos. "Tamimi tornou- se um símbolo da resistência palestiniana. Em dezembro de 2017, quando tinha 16 anos, enfrentou novamente dois soldados israelitas perto de sua casa, em Nabi Saleh, o que a fez passar oito meses na prisão".

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:

Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações "Falso" ou "Maioritariamente Falso" nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:

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